Mortos em rotas migratórias do Norte da África e Oriente Médio beiraram os 4 mil em 2022
Região chamada de MENA foi responsável por mais da metade das mortes globais de migrantes no ano passado. Em 2023, já foram registradas 1.166 mortes ou desaparecimentos
Cerca de 3.800 pessoas morreram nas rotas de migração do norte da África e do Oriente Médio em 2022 — o maior número desde 2017 —, segundo anunciou nesta terça-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
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"Um total de 3.789 mortes foram registradas em 2022, o que representa 11% a mais do que no ano anterior", de acordo com um comunicado da OIM, que lembra a maior marca anterior: 4.255 mortes em 2017. A região do Oriente Médio e do norte africano — chamada de MENA — foi responsável por "mais da metade das mortes globais de migrantes" no ano passado.
"Este número alarmante deve ser resolvido imediatamente, e os esforços precisam ser concentrados para fortalecer a proteção dos migrantes", disse Othman Belbeisi, diretor regional da OIM, citado no comunicado.
Belbeisi pediu "mais cooperação internacional e regional, assim como recursos para enfrentar esta crise humanitária e prevenir outras perdas humanas".
Nas rotas migratórias terrestres do norte da África, "especialmente a perigosa travessia do deserto do Saara", e do Oriente Médio, a OIM registrou 1.028 mortos e destacou que o número real de óbitos seria maior.
Em relação à migração terrestre, o maior número foi registrado "no Iêmen, onde a violência contra os migrantes aumentou", segundo a OIM. Pelo menos 795 pessoas, etíopes em sua maioria, morreram tentando cruzar do país para a Arábia Saudita.
Ainda de acordo com o site da OIM, 2.406 migrantes morreram ou desapareceram apenas no Mar Mediterrâneo, em 2022 — crescimento de 16,7% em um ano.
Desde o início de 2023, já foram registradas 1.166 mortes ou desaparecimentos.