Moscou diz que candidatura da Ucrânia à UE serve para 'conter' Rússia
A UE anunciou sua decisão na quinta-feira, quatro meses depois do início da ofensiva militar lançada pela Rússia contra a Ucrânia
O governo russo denunciou nesta sexta-feira (24) a admissão de Ucrânia e Moldávia como candidatos a integrar a União Europeia (UE) como uma manobra ocidental de "contenção" geopolítica da Rússia.
A admissão desses países como candidatos à UE "confirma que o apoderamento do espaço da CEI [Comunidade de Estados Independentes, que reúne várias ex-repúblicas soviéticas] prossegue ativamente, com o objetivo de conter a Rússia", afirmou em comunicado a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
A UE anunciou sua decisão na quinta-feira, quatro meses depois do início da ofensiva militar lançada pela Rússia contra a Ucrânia, que tem entre os seus objetivos pôr fim à aproximação entre Kiev e os países ocidentais.
Maria Zakharova afirmou que a UE se propõe a "estabelecer com as regiões de seu entorno relações regidas pelo princípio de senhor e escravo".
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Segundo a porta-voz, Bruxelas (sede do Executivo da UE), recorre a "métodos de chantagem política e econômica" para que os países candidatos a aderir à UE adotem "sanções ilegítimas" contra a Rússia.
"Este enfoque agressivo da União Europeia tem o potencial de criar novas divisões e novas crises, muito mais profundas na Europa", acrescentou.
Anteriormente, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, foi muito mais comedido sobre o tema das candidaturas de Ucrânia e Moldávia ao assegurar que se trata de "um assunto interno da Europa".