Mototaxista que ajudou idoso a sair de casa e entrar em carro de aplicativo diz que ele respirava
Em depoimento, o homem afirmou que idoso "tinha força nas mãos"
Um mototaxista contou à polícia o que testemunhou horas antes da morte de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, ser constatada no banco. Segundo seu depoimento, por volta das 12h20 de terça-feira, o idoso ainda respirava e “tinha força nas mãos”.
A morte de Paulo foi declarada por um médico do Serviço de Atendimento Móvel (Samu), às 15h20, após a gerente da agência bancária acionar a equipe. Érika de Souza Vieira Nunes, de 46, sobrinha do idoso, foi presa em flagrante por vilipêndio de cadáver e furto mediante fraude. Ela passará por audiência de custódia nesta quinta-feira (18).
A testemunha conta que Paulo morava com Érika, mas que não tinha conhecimento da rotina familiar na residência, já que não frequentava o local. Ele disse também que o idoso era uma pessoa ativa, e que soube de sua internação — entre os dias 8 e 15 deste mês — apenas porque levava Érika para visitá-lo.
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Na terça-feira, ele foi chamado por Érika para que ajudasse a levar Paulo até o carro de aplicativo. Ele diz ter entrado no imóvel e buscado o idoso em seu quarto. Paulo estava deitado em sua cama. Com ajuda da sobrinha do idoso, o mototaxista diz ter pegado o idoso pelos braços e o levado para o veículo, colocando-o no banco do carona. Ele afirma também que, ao posicionar Paulo no automóvel, o viu segurar a porta.
Motorista de aplicativo diz que idoso estava vivo
Também à polícia, o motorista que levou Paulo e Érika até o shopping Real Bangu disse ter visto o idoso segurar na porta do carro. Segundo ele, o episódio ocorreu no momento do desembarque do veículo. Em seguida, Érika o colocou em uma cadeira de rodas.
Ainda segundo o motorista, o idoso e mulher não foram deixados na agência bancária, porque o acesso de veículos é proibido no local e, então, ele encerrou a corrida no shopping.
O motorista afirmou ainda que a corrida foi acionada por volta das 12h26 de terça-feira e que, ao chegar no local, Érika estava aguardando no portão da casa com o idoso. No caminho, o motorista chegou a questionar a mulher como ela faria para descer com Paulo Roberto quando chegasse ao destino. No entanto, a cuidadora alegou que pegaria uma cadeira de rodas da agência bancária para se deslocar com o idoso.
O motorista afirmou que chegou a ficar sete minutos sozinho com o idoso no carro aguardando a mulher voltar com a cadeira de rodas até o estacionamento.
Outro rapaz que ajudou a colocar o idoso no veículo também foi ouvido. Ele, que trabalha como mototaxista e conhecia o idoso e Érika, confirmou em depoimento que o homem estava vivo ao ser colocado no carro.