MP da Guatemala entrega relatório sobre supostas anomalias nas eleições
De acordo com o MP, houve uma série de irregularidades nas atas finais de encerramento da apuração nas eleições
O Ministério Público (MP) da Guatemala entregou nesta segunda-feira (11) ao Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) um relatório de uma investigação controversa sobre supostas irregularidades, nas quais consideram as eleições ganhas pelo opositor Bernardo Arévalo como “nulas”.
Na sexta-feira, o MP anunciou que havia detectada irregularidades na contagem de votos do primeiro turno das eleições de junho, mas a presidente do TSE, Blanca Alfaro, afirmou no mesmo dia que os resultados das eleições "são inalteráveis" e que Arévalo deve assumir a carga em 14 de janeiro.
De acordo com o MP, houve uma série de irregularidades nas atas finais de encerramento da apuração nas eleições para presidente, vice-presidente, deputados, corporações e deputados do Parlamento Centro-Americano.
Leia também
• Presidente eleito descreve novo ataque do MP como golpe à democracia da Guatemala
• ONU crítica extração de minar resultados eleitorais na Guatemala
• Justiça eleitoral da Guatemala defende eleição de Arévalo após nova investida do MP
No entanto, os Estados Unidos, a Secretaria-Geral da OEA e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos criticaram as tentativas do MP guatemalteco de invalidar os resultados das eleições.
O chefe polêmico da Promotoria contra a Impunidade, Rafael Curruchiche, afirmou na sexta-feira que todas as "informações registradas no encerramento e apuração em todas as mesas receptoras de votos deveriam ser anuladas".
“Estamos diante de um golpe de Estado absurdo, ridículo e perverso. Os golpistas estão se debatendo”, disse Arévalo na sexta-feira ao reagir ao anúncio do MP.
Arévalo, um sociólogo de 65 anos, afirma que o MP busca evitar que ele assuma o cargo em 14 de janeiro, pois setores políticos tradicionais poderosos têm em sua promessa de combate frontal à corrupção.
Nesta segunda-feira, os Estados Unidos anunciaram restrições de visto para cerca de 300 guatemaltecos, incluindo uma centena de deputados, e condenaram as tentativas de "minar" a democracia por parte do MP.