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Peru

MP intima presidente do Peru por repressão a protestos que deixaram 50 mortos

O Ministério Público do Peru tenta determinar a responsabilidade de Boluarte na repressão às manifestações antigovernamentais

A presidente do Peru, Dina BoluarteA presidente do Peru, Dina Boluarte - Foto: Cris Bouroncle/AFP

O Ministério Público peruano intimou a presidente Dina Boluarte a depor em 31 de maio por sua suposta responsabilidade na repressão aos protestos que ocorreram após a destituição do seu antecessor, o ex-presidente preso Pedro Castillo, que deixaram pouco mais de 50 mortos.

"Expressamos nossa vocação de colaboração para encerrar este capítulo que não tem sentido", disse à imprensa, nesta quarta-feira (24), o advogado de Boluarte, Joseph Campos, após confirmada a intimação.

A presidente deporá na investigação sobre os supostos crimes de "genocídio, homicídio qualificado e lesões graves" cometidos por ela e funcionários de seu governo. Em março, ela foi interrogada pela primeira vez.

O caso foi aberto em janeiro devido às "mortes de cidadãos durante as mobilizações sociais entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.

O Ministério Público do Peru tenta determinar a responsabilidade de Boluarte na repressão às manifestações antigovernamentais nas regiões de Apurímac, La Libertad, Puno, Junín, Arequipa e Ayacuho.

No entanto, em caso de uma acusação, a presidente não poderá ser julgada até 2026, quando termina o seu mandato, como prevê a Constituição.

Nos protestos morreram 54 pessoas, incluindo seis soldados que se afogaram em um rio quando tentavam fugir de agricultores que os atacaram com pedras em Puno, epicentro dos protestos.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) denunciou, em maio, a eventual execução e massacre de manifestantes durante a repressão.

O organismo da OEA apontou, em um comunicado, os agentes do Estado por sua suposta responsabilidade em "múltiplas" mortes de civis e pede que a justiça peruana "investigue, julgue e puna" os responsáveis.

As vítimas sofreram "impactos de armas de fogo, incluindo projéteis, na parte superior do corpo", acrescentou a CIDH.

Boluarte completará, em 7 de junho, seis meses no poder após substituir, na qualidade de vice-presidente, Castillo, que foi preso pelo crime de rebelião, após ser cassado pelo Congresso, em 7 de dezembro, após um fracassado autogolpe de Estado.

Professor rural e líder sindical, Castillo, de 53 anos, está em prisão preventiva em uma pequena cadeia para ex-governantes dentro do quartel da Direção de Operações Especiais da Polícia, em Lima.

Sua queda desencadeou as violentas mobilizações que exigiam a renúncia do governo, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições para 2023.

Boluarte é a sexta presidente em cinco anos e a primeira mulher a governar o Peru, um país em permanente crise política, atingido por denúncias de corrupção.

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