MP peruano interroga Boluarte em investigação sobre sua cirurgia no nariz
A audiência, que pode durar várias horas, acontece em sigilo a partir das 9h00 (11h00 no horário de Brasília)
A presidente peruana, Dina Boluarte, deve comparecer perante promotores nesta segunda-feira (13), que a investigam por suposto abandono de cargo e omissão de atos funcionais, porque ela não informou ao gabinete ministerial e ao Congresso que passaria por uma cirurgia no nariz em julho de 2023.
A audiência, que pode durar várias horas, acontece em sigilo a partir das 9h00, horário local (11h00 no horário de Brasília), na sede central do Ministério Público, em Lima.
Esta é a primeira vez que Boluarte comparece para depor neste caso, o que pode levar a um possível pedido de impeachment pelo Congresso.
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O caso foi aberto em 5 de dezembro depois que o ex-chefe de gabinete Alberto Otárola e braço direito da presidente revelou, perante uma comissão do Congresso, que Boluarte passou por uma cirurgia no nariz em julho de 2023 sem informar ao Parlamento, conforme exigido por lei diante do risco de complicação de saúde.
O MP deve determinar se Boluarte, de 62 anos e advogada, cometeu o "crime de abandono de cargo e omissão de atos funcionais".
"Os fatos referem-se à omissão de comunicar ao Conselho de Ministros e ao Congresso Nacional o impedimento temporário ao exercício do cargo de presidente da República, no período de 29 de junho a 9 de julho (2023), em consequência de um procedimento cirúrgico a que foi submetida", disse o MP quando abriu o caso.
A presidente peruana confirmou em mensagem ao país, em 13 de dezembro de 2024, que passou por uma cirurgia no nariz em 2023, a qual não havia informado anteriormente, pois era necessária para sua saúde.
"Não foi um procedimento estético, foi um procedimento necessário e essencial para minha saúde. Eu precisava dele para a função respiratória", disse Boluarte.
A operação não lhe causou nenhum tipo de incapacidade ou impedimento ao exercício de suas funções como presidente, ela alegou na época.
A cirurgia de Boluarte foi o assunto mais comentado nas redes sociais e na imprensa local desde o ano passado.
Como consequência, o governo denunciou tentativas de "quebrar a ordem constitucional" pelo Congresso e chamou de "desleal" o ex-chefe de gabinete Otárola, que Boluarte demitiu em março por um suposto escândalo sexual e tráfico de influências.
A presidente, que não tem bancada e tem um índice de desaprovação de quase 94% nas pesquisas, descartou renunciar por conta deste caso e disse em dezembro que "sairá do Palácio pela porta da frente" quando seu mandato terminar em julho de 2026.