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MP peruano quer que Boluarte mostre relógios Rolex em depoimento

Presidente do Peru é alvo de investigação por suspeita de enriquecimento ilícito

Presidente do Peru, Dina BoluartePresidente do Peru, Dina Boluarte - Foto: Josh Edelson/AFP

O Ministério Público do Peru determinou que a presidente Dina Boluarte mostre os relógios Rolex em sua posse no depoimento que deverá realizar na próxima sexta-feira, em meio a uma investigação por suspeita de enriquecimento ilícito.

"A presidente da República foi intimada formalmente para que exiba os relógios Rolex e preste depoimento na sexta-feira 5 de abril", disse o Ministério Público em um comunicado difundido neste domingo (31) na imprensa.

Além disso, o órgão acusatório assinalou que, nas diligências realizadas na madrugada de sábado na residência particular e no Palácio de Governo, não foram encontrados os objetos de valor nem a presidente fez a entrega deles.

Mas - complementou - "foram obtidos outros elementos de interesse para a investigação". A imprensa local noticiou que foram encontrados documentos de quando um dos relógios teria sido obtido.

O MP realiza uma investigação sobre suspeita de enriquecimento ilícito, pois Boluarte jamais declarou a posse desses relógios em seu inventário de bens. As investigações começaram em 18 de março.

A defesa da presidente disse no sábado que os policiais haviam encontrado relógios durante as diligências no Palácio de Governo.

O advogado Mateo Castañeta disse aos jornalistas que "eram aproximadamente 10, dentro desse número havia alguns relógios bonitos, mas não posso dizer quantos eram da marca Rolex".

Boluarte afirmou no sábado, em um pronunciamento à imprensa, que a ação do Ministério Público "é arbitrária, desproporcional e abusiva".

Caso o MP ofereça denúncia por enriquecimento ilícito, Boluarte só responderia a um eventual julgamento depois de julho de 2026, quando termina o seu mandato, conforme estabelece a Constituição.

O escândalo, contudo, pode levar a um pedido de vacância (impeachment) no Congresso, sob alegação de "incapacidade moral".

Para que isso ocorra, as bancadas de direita que controlam o Parlamento unicameral e são a principal sustentação da presidente deverão apoiar as bancadas minoritárias de esquerda em uma aliança, teoricamente, difícil de se concretizar.

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