Mpox: Ministério da Saúde avalia criar comitê após OMS decretar emergência internacional
Ministra da Saúde, Nísia Trindade, vai se reunir ainda na tarde desta quarta-feira com toda a equipe de secretariado para definir os próximos passos da pasta
Após a Organização Mundial da Saúde declarar que o avanço da mpox constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII), o nível mais alto de alerta da organização, o Ministério da Saúde avalia instalar um Comitê de Emergência para acompanhar a situação da doença no Brasil.
Ministra da Saúde, Nísia Trindade, vai se reunir ainda na tarde desta quarta-feira com toda a equipe de secretariado do Ministério da Saúde para definir os próximos passos da pasta.
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Esta não seria a primeira vez que a estrutura seria montada pela Saúde. O COE já foi instalado em emergências como a Yanomami e em meio a tragédia climática do Rio Grande do Sul. O COE tem reuniões diárias envolvendo todas as scretarias para cuidar da emegência em questão.
O que é uma emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII)?
Segundo a OMS, a ESPII é “um evento extraordinário que é determinado como um risco à saúde pública de outros países por meio da disseminação internacional de doenças e que potencialmente exige uma resposta internacional coordenada”.
De acordo com a organização, isso implica que a situação é grave, repentina, incomum ou inesperada; traz implicações para a saúde pública além da fronteira nacional do país inicialmente afetado e pode exigir ação internacional imediata.
Por que a OMS declarou emergência de saúde internacional pela mpox?
Embora os casos globais de mpox tenham caído depois do surto inédito há dois anos, a doença continuou a circular, especialmente nos lugares onde já era endêmica, como a República Democrática do Congo (RDC).
No país, as infecções têm crescido de forma alarmante e chegaram neste ano a mais de 14 mil infectados e 524 mortos, impulsionados por uma nova linhagem do vírus.
Como o vírus da mpox é dividido?
Um dos temores é que a cepa que tem se disseminado não é a mesma do surto de 2022. O vírus mpox é dividido em duas linhagens, chamadas de Clado 1 e Clado 2.
A 2, que é mais branda, foi a responsável pela propagação global em 2022, o que foi associado a ela ter adquirido a capacidade de se transmitir por meio de relações sexuais.
Porém, no fim do ano passado, cientistas identificaram uma nova versão do Clado 1, cuja letalidade chega a ser 10 vezes a do Clado 2, que foi batizada de Clado 1b. Ela também passou a ser disseminada pelo contato sexual e é a responsável pela alta de casos na RDC.
O número de infecções no país em seis meses neste ano já é igual ao registrado em todo 2023, destacou Tedros Ahanom, e o vírus se espalhou para províncias anteriormente não afetadas.
Além disso, 90 casos de mpox foram relatados em quatro países vizinhos que não tinham registros da doença: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, todos pela nova cepa.
Por isso, na última semana, o diretor-geral da OMS anunciou que havia convocado o Comitê de Emergência para avaliar a situação e orientá-lo sobre a necessidade de instaurar, ou não, o nível mais alto de alerta da organização.