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Saúde

Mpox: nova cepa é até 10 vezes mais letal; entenda

Autoridades de saúde estão preocupadas frente ao avanço da nova versão da doença

Vírus mpox (em vermelho), antes chamado de monkeypox ou varíola dos macacosVírus mpox (em vermelho), antes chamado de monkeypox ou varíola dos macacos - Foto: Wikimedia Commons

A disseminação de uma nova cepa mais letal e transmissível da mpox preocupa autoridades de saúde.

A mpox, infecção viral semelhante à varíola humana erradicada em 1980, é dividida em duas linhagens principais: Clado 1 e Clado 2.

A cepa responsável pela emergência de saúde decretada em 2022 foi a Clado 2, que é mais branda.

Sua maior transmissão foi associada à aquisição da capacidade de se disseminar via relações sexuais, numa mutação que recebeu o nome de Clado 2b.

No fim do ano passado, porém, a OMS identificou uma nova versão do Clado 1, linhagem cuja mortalidade é maior e que circulava principalmente na República Democrática do Congo (RDC), que também passou a se disseminar via redes de transmissão sexual.

Essa nova variante foi nomeada de Clado 1b e ligada a uma explosão de casos e mortes no país neste ano.

Em artigo publicado no site The Conversation, a professora de Biossegurança Global no Instituto Kirby, unidade especializada no combate a agentes infecciosos da Universidade de Nova Gales do Sul, em Sydney, na Austrália, Raina MacIntyre, explica que o Clado 1, “tem uma taxa de mortalidade de até 10% (até um em cada dez morre)".

Para fator de comparação, o Clado 2, “tem uma taxa de fatalidade de até 1% (em outras palavras, espera-se que aproximadamente uma em cada 100 pessoas morra dessa doença)” e a variante Ômicron da Covid, tem uma letalidade de 0,7%, segundo ela.

Ou seja, a cepa que está se disseminando atualmente é até dez vezes mais letal que a que provocou o surto de 2022. Essa cepa também é bastante transmissível.

Quatro países vizinhos da RDC, que nunca haviam lidado com infecções pela mpox, já registraram mais de cem casos atualmente. São eles: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda.

Fora do continente africano, casos da nova linhagem já foram identificados na Suécia.

MacIntyre explica que o Clado 1b, que está circulando agora, "não só tem uma taxa de fatalidade mais alta, como também tem novas mutações que aumentam a disseminação entre as pessoas".

Ela ainda alerta que "essas alterações e a falta global de imunidade ao mpox tornam a população mundial vulnerável ao vírus”.

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