SAÚDE

Mpox: Tailândia investiga caso suspeito da nova cepa em homem que veio do continente africano

Se confirmado, será o segundo caso do Clado 1b registrado fora da África

Mpox Mpox  - Foto: AFP

Nesta quarta-feira, a Tailândia relatou um caso de mpox suspeito de ter sido causado pela nova e potencialmente mais letal versão do vírus, o Clado 1b. Se confirmado, será o segundo caso da variante fora do continente africano, uma semana após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado novamente a doença como uma emergência de saúde global.

O caso envolve um homem europeu de 66 anos que trabalha em um país africano com um surto em andamento, disseram autoridades de saúde em uma coletiva de imprensa, sem especificar qual país. O homem, que tem uma residência na Tailândia, não foi relatado com sintomas graves.

 

As autoridades disseram que estavam aguardando os resultados dos testes — provavelmente disponíveis na sexta-feira — para determinar se ele foi infectado com o Clado 1b, a versão do vírus mpox que tem impulsionado o aumento de casos na República Democrática do Congo (RDC) e que ligou o alerta da OMS.

Desde a sua primeira identificação, a nova linhagem já foi registrada em Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, países que até então nunca tinham relatado mpox. Fora do continente africano, o Clado 1b também foi confirmado na Suécia.

Segundo as autoridades de saúde, o homem voou da África para a Tailândia, fazendo escala em um país do Oriente Médio, antes de chegar na noite de 14 de agosto. Na manhã seguinte, ele começou a desenvolver febre e percebeu pequenas protuberâncias na pele. Testes em um hospital mostraram que ele tinha mpox.

O Departamento de Controle de Doenças da Tailândia rastreou 43 pessoas que estiveram próximas ou em contato com o paciente, incluindo aquelas sentadas próximas a ele no avião, disseram autoridades de saúde. Essas pessoas serão monitoradas por 21 dias. Atualmente, nenhuma delas apresentou sintomas.

Desde 2022, a Tailândia já registrou mais de 800 casos de mpox, ligados ao surto global da doença naquele ano causado por uma outra versão do vírus, chamada de Clado 2b, que é mais branda.

A mpox se espalha principalmente através do contato com animais ou pessoas infectadas. Também pode ser transmitido por contato sexual ou da gestante para o feto.

Thongchai Keeratihuttayakorn, diretor-geral do Departamento de Controle de Doenças da Tailândia, reforçou aos repórteres que a mpox não é tão infecciosa quanto a Covid-19. — É necessário ter um contato muito próximo — afirmou.

O vírus é endêmico na África Central e Ocidental, mas se espalhou pela primeira vez para mais de 70 países em 2022, levando a OMS a declará-lo uma emergência de saúde global em julho daquele ano. Desde então, afetou quase 100 mil pessoas em 116 países.

Esse surto foi impulsionado por uma versão chamada Clado 2b, que é predominantemente espalhada por contato sexual. Homens que fazem sexo com homens provaram ser a população mais em risco, mas mudanças comportamentais e vacinas reduziram a propagação.

A diferença desta vez é que o Clado 1 — a versão do mpox que tem se espalhado na República Democrática do Congo (RDC) — é mais letal, com uma taxa de mortalidade observada até agora de 3%, muito superior à taxa de mortalidade de 0,2% no surto de 2022.

O Clado 1 se diferencia ainda pela forma como é transmitido e por quem é mais vulnerável. O Clado 1a, segundo epidemiologistas, se espalha através do contato domiciliar e da exposição a animais afetados, além do contato sexual. Até agora, são as crianças pequenas as mais vulneráveis a esse subtipo. O Clado 2b parece se espalhar principalmente através do sexo.

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