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Mudanças climáticas aumentam risco de extinção para 16 espécies de aves costeiras

Segundo os dados, o declínio não impacta apenas os animais em questão, mas também pode representar uma ameaça a ecossistemas inteiros

Atualização foi divulgada durante a Conferência da ONU sobre Biodiversidade (COP16) Atualização foi divulgada durante a Conferência da ONU sobre Biodiversidade (COP16)  - Foto: Joaquin Sarmiento/AFP

Um novo relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), publicado nesta segunda-feira (28), revelou que 16 espécies de aves costeiras migratórias foram reclassificadas para categorias de ameaça mais elevada na Lista Vermelha da organização, com algumas populações sofrendo uma queda superior a um terço nas últimas três décadas.

A atualização foi divulgada durante a Conferência da ONU sobre Biodiversidade (COP16) em andamento em Cali, na Colômbia, onde representantes de governos, organizações ambientais e ativistas debatem o futuro da biodiversidade global.

O levantamento, coordenado pela BirdLife International e em parceria com cientistas de 119 países, mostra a fragilidade das aves costeiras migratórias num contexto de crescente pressão devido às mudanças climáticas, enfrentando a perda de seus habitats.

Segundo os dados, o declínio não impacta apenas as espécies em questão, mas também pode representar uma ameaça a ecossistemas inteiros, prejudicando comunidades costeiras que dependem desses ambientes para alimentação, proteção e emprego.

— A COP16 deve ser o catalisador para que os governos cumpram os compromissos assumidos há dois anos com ações significativas para reverter o declínio catastrófico das populações de espécies. Isso significa mais ação para fortalecer os esforços de recuperação de espécies ameaçadas, mais proteção e restauração de terras, água doce e mar, e mais transformações nos sistemas alimentares, energéticos e industriais, apoiados pelo financiamento necessário — afirmou Martin Harper, CEO da BirdLife International.

De acordo com o coordenador científico da BirdLife International, Ian Burfield, embora ainda sejam comumente vistas em algumas áreas, os dados de monitoramento revelam que essa taxa de declínio das aves ameaçadas parece estar acelerando drasticamente, reforçando a necessidade de pesquisas mais profundas para entender as causas e de ações coordenadas de conservação que possam reverter esse quadro.

Aves migratórias, cuja distribuição abrange todo o globo, têm um papel crítico como indicadoras ambientais, sendo amplamente estudadas por suas respostas às mudanças climáticas. Muitas seguem rotas conhecidas como "corredores aéreos", onde param em áreas específicas para descansar e se alimentar. Isso as torna especialmente vulneráveis quando esses habitats intermediários desaparecem, seja pela urbanização, agricultura ou pela elevação dos oceanos causada pelo aquecimento global.

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