Mulher achada morta após incêndio em apartamento foi vítima de feminicídio, conclui inquérito
Causa da morte do homem foi asfixia, segundo a polícia
A empresária e bacharel em Direito Ana Victoria Cavalcanti, de 30 anos, foi vítima de feminicídio, segundo concluiu inquérito divulgado pela Polícia Civil de Pernambuco nesta quinta-feira (9).
A mulher e o namorado dela, o representante comercial Murilo Mendes, de 33 anos, foram encontrados mortos carbonizados, em 7 de agosto, após um incêndio em um apartamento no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
O namorado de Ana Victoria também morreu no local. Segundo a polícia, a causa do óbito dele foi asfixia. Murilo permaneceu propositalmente no interior do quarto do casal durante o incêndio, indicou a corporação.
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As investigações foram conduzidas pelo titular da 3ª Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH), o delegado Bruno de Ugalde. O feminicídio, aponta a Polícia Civil, ocorreu enquanto Ana dormia. Por causa do estado em que o corpo de Ana foi encontrado, a identidade dela só foi confirmada por exames de DNA, quatro dias após o crime.
O resultado do inquérito, acrescenta a corporação, foi obtido após intensas investigações e realização de diversas perícias. A conclusão ocorreu em 31 de agosto e a apuração foi encaminhada à Justiça, segundo a Polícia Civil
Murilo tentou tirar a própria vida ao efetuar ferimentos superficiais de faca no peito. Em seguida, ele ateou fogo no sofá, onde estava o corpo de Ana Victoria. As chamas então se alastraram pelo apartamento e o homem permaneceu de propósito no local até morrer asfixiado.
Logo após o crime, familiares do casal informaram versões conflitantes para as causas das mortes.
Parentes de Ana Victoria afirmavam que o caso trata-se de feminicídio. De acordo com a família, a empresária vivia em um relacionamento abusivo, e o caso teria ocorrido após Ana Victoria terminar o namoro, no dia anterior ao que os corpos foram encontrados.
“Em razão das provas que temos ciência, há convicção que trata-se de mais um clássico caso de feminicídio”, afirmou a família em nota divulgada na ocasião.
Já familiares de Murilo afirmaram que ele era "uma pessoa calma" e que não acreditavam na hipótese de feminicídio.