Mulher é presa por suspeita de espancar marido até morte para receber seguro de vida
Crime contou com a participação de uma segunda pessoa
Policiais da Delegacia de Homicídios da Capital do Rio de Janeiro (DHC) prenderam, neste domingo, no Centro do Rio, a agente de saúde Vanessa dos Santos Braga da Costa, de 40 anos. Ela e Diego Mendes de Oliveira, de 32, a quem a mulher considera como sobrinho e que está preso desde o último dia 3, são suspeitos de espancar até a morte o agente de endemias Sérgio Luiz Braga da Costa, marido de Vanessa. Segundo a polícia, a vítima teria sido assassinada devido a um seguro de vida no valor de R$ 43 mil.
De acordo com investigações da especializada, Vanessa e Diego Mendes teriam planejado o crime e o executado, de forma lenta e gradual, para ficarem com o valor do seguro de vida da vítima. A mulher figurava em uma apólice de uma seguradora como a principal beneficiária do prêmio.
O crime aconteceu em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio. Ela e Diego tiveram às prisões preventivas decretadas pelo juízo da 1ª Vara criminal do Rio, no último dia 31 de janeiro. Ele foi preso numa Unidade de Pronto Atendimento, após dar entrada no local por suspeita de tuberculose.
De acordo com depoimentos prestados por testemunhas, Sérgio sofria de esquizofrenia e estava casado com a agente de saúde havia 20 anos. O casal teve três filhos. Todos são menores, com idades entre 5 e 16 anos. Por conta de uma decisão judicial, desde setembro, eles estão sendo criados por uma avó. Sérgio foi encontrado morto dentro de casa, em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, no dia 13 de outubro do ano passado.
O caso foi registrado inicialmente pela 43ª DP (Guaratiba), sendo transferido para DHC. Laudo feito por legistas que examinaram o corpo da vítima, no Instituto Médico-Legal, revelou que Sérgio sofreu traumatismo craniano encefálico provocado por ação contundente, sugerindo ação de espancamento.
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De acordo com o delegado Robinson Gomes Pereira, da DHC, testemunhas afirmaram que Sérgio teria sido agredido por Vanessa e Diego. No dia seguinte à morte, inclusive, o rapaz teria voltado a residência e levado uma bolsa e uma televisão. Ao analisar boletins de atendimento médico do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, policiais concluíram que a vítima já vinha sendo espancada dentro de casa com frequência por eles, no peito e na cabeça.
Familiares da vítima explicaram ainda que, devido a problemas de saúde, Sérgio estaria afastado do trabalho e também não saía de casa, cabendo a Vanessa alimentá-lo. Vizinhos do casal, no entanto, relataram que a agente de saúde não fornecia os alimentos ao marido e até proibia que eles o ajudassem com outras tarefas, como a limpeza do imóvel. Uma das testemunhas contou ainda o agente de endemias chegou a relatar que a mulher o xingava e o agredia durante à noite.
Também em depoimento, Vanessa e Diego negaram que mantivessem um relacionamento amoroso e que tivessem qualquer participação nas agressões e na morte de Sérgio. De acordo com o delegado Robinson Gomes Pereira, uma apólice de seguro de vida de Sérgio cuja beneficiária era Vanessa foi apresentada por familiares da vítima e confirma que ela seria a motivação para o crime.
— Não temos dúvidas do envolvimento de ambos na morte da vítima — disse o delegado.