Mulher mais velha da França celebra 118 anos, com vinho e algum cansaço
Neste aniversário, a supercentenária disse que deseja "morrer logo"
Mulher mais velha da França e segunda no mundo, a irmã André completou 118 anos nesta sexta-feira (11), em Toulon (sudeste) e, como sempre, comemora a data com vinho do porto e chocolate, além de um certo cansaço.
"Não aguento mais os convidados. Sou menos amigável", disse ela à AFP, recentemente, durante uma pesquisa sobre os "supercentenários", idosos com mais de 110 anos que intrigam a ciência.
"Sempre me admiraram por minha sabedoria e por minha inteligência, e agora zombam de mim porque sou resistente", brincou a freira, nascida Lucile Randon, em 11 de fevereiro de 1904, em Alès, no sul do país.
Embora nenhum órgão oficial conceda-lhe o "título" de "decana", a freira é uma das mulheres mais velhas da França, e mesmo na Europa, e apenas 13 meses mais nova do que mulher mais idosa do mundo, a japonesa Kane Tanaka, de 119 anos.
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Por seu aniversário, a irmã recebe a visita de políticos locais e do arcebispo da região, nesta tarde, para uma celebração com bolo de chocolate, contou seu assessor de imprensa, David Tavella.
Hoje cega e de cadeira de rodas, vivendo em um lar para idosos, a irmã André se lembra do período que considera o mais feliz de sua vida: quando foi para Paris para ser babá.
"Eu tinha 40 anos. Foi há 80 anos. Paris era tão bonita. Até então, eu só tinha morado em Gard, em uma cidade pequena e feia e, agora, estava em uma cidade radiante", recordou.
Nascida em uma família protestante não praticante, a freira assumiu o hábito tardiamente, na congregação das Filhas da Caridade, e trabalhou até o final da década de 1970.
Neste aniversário, a supercentenária disse que deseja "morrer logo".
"Passar o dia todo sozinha com sua dor não é divertido", mas "Deus não me ouve, deve estar surdo", disse ela, com humor, à AFP.