Mulher é acusada de ameaçar plano de saúde com as mesmas palavras usadas por Luigi Mangione
O crime, do qual Mangione é o principal suspeito, teria inspirado moradora da Flórida, que se revoltou após ter um pedido de reembolso médico negado
Uma mulher foi acusada nesta sexta-feira de ameaçar uma empresa de seguro de saúde nos Estados Unidos ao repetir as mesmas palavras gravadas nas cápsulas de balas encontradas no local onde o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, foi assassinado na semanada passada.
O episódio é mais um desdobramento do caso que parou os Estados Unidos nos últimos dias e culminou na prisão do jovem Luigi Mangione, de 26 anos, como suspeito do crime.
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Ao ter um pedido de reembolso por um procedimento médico negado, Briana Boston, de 42 anos, teria dito "Atrasar, negar, defender, vocês são os próximos" a um atendente da empresa Blue Cross Blue Shield enquanto falava numa chamada gravada. Após a ligação, policiais foram até sua casa e a prenderam.
Moradora da Flórida, Boston foi acusada nesta sexta de ameaçar um tiroteio em massa ou ato de terrorista. À polícia, ela teria tido que “as empresas do setor de saúde brincam [com as pessoas] e mereciam pagar o karma do mundo porque são más”. Segundo ela, as palavras teriam sido usadas “porque é o que está nas notícias no momento”.
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Durante a investigação, a polícia encontrou na cena do crime, em Manhattan, Nova York, três balas, cada uma com uma palavra escrita: "atrasar" (delay), "negar" (deny) e "defender" (defend), uma referência ao livro de 2010 "Atrasar, negar e defender: por que seguras não pagam sinistros e o que você pode fazer sobre isso".
— Ela está neste mundo há tempo suficiente para saber o que é melhor... Não se pode fazer ameaças como essa no ambiente atual em que vivemos e achar que não vamos dar seguimento e colocá-la na cadeia — disse o chefe de polícia de Lakeland, Sam Taylor, à mídia local.
No tribunal, o advogado de Boston pediu que sua cliente respondesse em liberdade, alegando que ela, casada e mãe de três filhos, é réu primária. O juiz fixou, então, uma pena de US$ 100 mil, citando “a situação do nosso país neste momento”.
À BBC, o Departamento de Polícia de Lakeland e o advogado da acusada, Jim Headley, não responderam aos pedidos de comentários.
Acusado de assassinar Thompson, Mangione foi preso na segunda-feira após dias de caçada em vários estados. O caso, no entanto, gerou uma onda de apoio ao suspeito e uma revolta contra os planos de saúde dos EUA, cuja rede é totalmente privada.
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Maior seguradora do país, Thompson foi responsável por maximizar os lucros da UnitedHealthcare ao aumentar as taxas de rejeição a procedimentos, negando um em cada três pedidos, o maior patamar do mercado.
Na esteira do crime, diversos clientes manifestaram seu júbilo com a morte do CEO e compartilharam suas histórias. Autoridades policiais também receberam alertas sobre possíveis imitadores após cartazes de "procurados" com nomes de presidentes de planos de saúde ser espalhada por Nova York e começar a ser divulgada nas redes sociais.