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Coronavírus

Mulheres que sobrevivem à Covid têm mais risco de doenças persistentes

Constatação é de pesquisadores do Reino Unido

Clotilde Maria da Silva, já recuperada, recebendo o carinho da famíliaClotilde Maria da Silva, já recuperada, recebendo o carinho da família - Foto: Catarina Magalhães/Sec. de Saúde de Alagoas

Mulheres na casa dos 40 e 50 anos parecem correr mais risco de problemas de longo prazo depois de terem alta da covid-19. Muitas sofrem durante meses de sintomas persistentes, como fadiga, falta de ar e confusão mental, revelaram dois estudos britânicos divulgados hoje (24), em Londres.

Uma pesquisa descobriu que, cinco meses depois de deixarem o hospital, pacientes da covid-19, que também eram de meia idade, brancas, mulheres e tinham outros problemas de saúde, como diabetes, doença pulmonar ou cardíaca, tendiam mais a relatar sintomas de covid-19 longa.

"Nosso estudo mostra que aqueles que tiveram os sintomas prolongados mais graves tendem a ser mulheres brancas de idades aproximadas de 40 a 60 anos, que têm ao menos dois problemas de saúde de longo prazo", disse Chris Brightling, professor de medicina respiratória da Universidade de Leicester que coliderou o estudo conhecido como Phosp-Covid.

Uma segunda pesquisa, conduzida pelo Consórcio Internacional de Infecções Respiratórias Agudas e Emergentes (Isaric), concluiu que mulheres de menos de 50 anos têm mais probabilidade de sofrer problemas de saúde de longo prazo piores do que homens participantes mais velhos do estudo, mesmo que não tenham problemas de saúde subjacentes.

Consequências profundas
"Está se tornando cada vez mais claro que a covid-19 tem consequências profundas para aqueles que sobrevivem à doença", disse Tom Drake, bolsista de pesquisa clínica da Universidade de Edimburgo, na Escócia, que coliderou o estudo do Isaric.

"Descobrimos que mulheres mais jovens têm mais probabilidade de sofrer problemas de longo prazo piores", acrescentou

O estudo do Isaric, que cobriu 327 pacientes, descobriu que mulheres de menos de 50 anos têm o dobro da probabilidade de relatar fadiga, sete vezes mais probabilidade de ter falta de ar e também mais chances de ter problemas relacionados à memória, mobilidade e comunicação.

O estudo Phosp analisou 1.077 pacientes masculinos e femininos que tiveram alta de hospitais do Reino Unido entre março e novembro de 2020 depois de terem a covid-19.

A maioria dos pacientes relatou diversos sintomas persistentes depois de cinco meses, sendo os mais comuns dor nos músculos e nas juntas, fadiga, fraqueza, falta de ar e confusão mental.

Mais de um quarto deles teve o que os médicos disseram ser "sintomas clinicamente relevantes de ansiedade e depressão" depois de cinco meses, e 12% tiveram sintomas de transtorno de estresse pós-traumático.

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