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Mulheres têm o triplo de dor de cabeça que os homens; neurologista explica o por quê

Além das flutuações hormonais, fatores como genética e ambiente também podem influenciar no surgimento da dor latejante

Mulheres têm o triplo de dor de cabeça que os homens, aponta estudosMulheres têm o triplo de dor de cabeça que os homens, aponta estudos - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

A enxaqueca, dor latejante em um dos lados da cabeça, é mais comum entre mulheres do que homens, como mostra um estudo realizado por cientistas italianas e publicado na revista Neurological Sciences. Debilitante, muitas vezes ela vem acompanhada de náuseas, vômitos e extrema sensibilidade ao som ou à luz.

O distúrbio do sistema nervoso afeta cerca de 10% da população mundial, de acordo com artigo do JAMA Network. Além disso, como reporta a NPR, mulheres sofrem enxaquecas três vezes mais do que em homens.

Por que elas sofrem mais?
O estudo realizado na Universidade de Torino, na Itália, mostra que as enxaquecas das mulheres são mais frequentes, mais incapacitantes e mais duradouras do que as dos homens. Outro dado importante é que são mais propensas do que os homens a procurar atendimento médico e medicamentos prescritos para enxaquecas. Além disso, a enxaqueca apresenta um fator de risco para o desenvolvimento problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.

O motivo está ligado principalmente à epigenética, pois os vários fatores estão ligados aos hormônios, genética, como alguns genes estão ativados ou desativados no corpo. A neurologista e especialistas em remédios para dores de cabeça, Danielle Wilhour explica, em um artigo para o site The Conversation, que a flutuação hormonal causada pelo estrogênio e a progesterona é um fator importante.

"Eles [os dois hormônios] afetam várias substâncias químicas no cérebro e podem contribuir para diferenças funcionais e estruturais em regiões cerebrais específicas que estão envolvidas no desenvolvimento de enxaquecas. Além disso, os hormônios sexuais podem alterar rapidamente o tamanho dos vasos sanguíneos, o que pode predispor as pessoas a ataques de enxaqueca", escreve a especialista.

A enxaqueca menstrual é a mais comum
A enxaqueca mais comum entre as mulheres, no entanto, é a menstrual. É estimado pela Fundação de Enxaqueca Americana que cerca de 50% a 60% dos casos sejam causados pela menstruação. Esse tipo específico ocorre geralmente nos dias que antecedem ou durante a menstruação, quando ocorre o processo de queda nos níveis de estrogênio (gatilho para o surgimento da dor latejante na cabeça). Elas também apresentam os quadros mais graves de dor e maior duração.

Quais são os melhores tratamentos?
A especialista recomenda o uso os triptanos ou anti-inflamatórios não esteróides a depender do caso, e sempre consultando um médico para acompanhamento. Essas classes de medicamentos foram eficazes em diminuir o desconforto e a duração das enxaquecas menstruais. Assim como fármacos anticoncepcionais, que podem ajudar a manter a estabilidade dos níveis hormonais.

Danielle ressalta, no entanto, que para mulheres com a enxaqueca com aura, o uso de contraceptivos hormonais contendo estrogênio deve ser evitado, pois o hormônio aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos.

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