Multinacionais de alimentos exigem 'medidas duras' da União Europeia para eliminar desmatamento
As companhias, que incluem Nestlé, Danone e Carrefour, comprometeram-se ainda a acabar com o desmatamento em suas cadeias de fornecimento
Em carta divulgada nesta terça-feira (18), 11 multinacionais da cadeia de alimentos exigem da União Europeia "medidas duras" para eliminar o desmatamento ligado a produtos que entram no continente.
As companhias, que incluem Nestlé, Danone e Carrefour, comprometeram-se ainda a acabar com o desmatamento em suas cadeias de fornecimento, admitindo "responsabilidade nessa luta" por consumirem "commodities que podem contribuir" com o problema.
Em abril, o desmatamento da Amazônia foi o maior da série histórica, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e o Brasil vem sofrendo pressões pela política ambiental do governo Jair Bolsonaro (sem partido) após as queimadas de agosto de 2019 serem debatidas mundialmente.
O Brasil não foi citado na carta, mas as empresas disseram que o desmatamento no mundo continua em "níveis alarmantes".
"O desmatamento não impacta somente o clima – também está relacionado com a perda de biodiversidade e o aumento do risco de pandemias", diz a carta. "É por isso que acabar de uma vez com o desmatamento deve ser uma prioridade urgente para nossos negócios e para o mundo."
Assinam também a carta as empresas Barry Callebaut, Jerónimo Martins, Kering, L'Occitane, Metro, Reckitt, Sainsbury's e Tesco.
Entre as medidas requisitadas pelo documento estão o monitoramento por satélite, o fortalecimento da cooperação com países produtores por meio de assistência técnica e o rastreamento da cadeia de suprimentos.
"Empresas como a nossa precisam de um quadro jurídico claro que coloque todas as empresas em condições de igualdade, dê aos atores da cadeia de abastecimento todos os incentivos para enfrentar os riscos de desmatamento, promova coletivamente a transparência, forneça um cronograma realista para implementação de medidas e trabalhe para apoiar os agricultores e suas comunidades", diz a carta.