Argentinos denunciam abusos de padres à ONU e exigem desculpas da Igreja
Delegação, que inclui advogados, embarcaram para a sede suíça da ONU e devem seguir para Roma
Um grupo de argentinos, vítimas de abuso sexual cometido por padres, viajou na sexta-feira para a sede suíça da ONU para apresentar suas queixas à organização, para embarcar em seguida para Roma onde vão exigir um pedido de desculpas da Igreja Católica.
A delegação inclui advogados que apresentarão um relatório ao Comitê Contra a Tortura em Genebra e outro ao Comitê dos Direitos da Criança, informaram. O grupo solicitou uma audiência com o papa Francisco, mas ainda não obteve resposta.
Um dos advogados, Daniel Esgardeli, explicou que "será solicitado um pedido de desculpas internacional e ações concretas contra esses casos". No documento, os denunciantes asseguram que as autoridades do Vaticano "não fizeram nada para impedir os abusos e não colaboraram amparando-se noo segredo pontifício".
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Os casos argentinos mencionados estão concentrados em duas sedes do Instituto Antonio Próvolo, uma instituição educacional e religiosa para surdos. Em novembro, a justiça condenou o padre argentino Horacio Corbacho (de 59 anos) a 45 anos de prisão e o italiano Nicola Corradi (83) a 42 anos por abuso sexual e estupro de crianças no instituto Próvolo de Mendoza (oeste do país).
Nos dois casos, foi considerado agravante o fato deles serem responsáveis pela custódia das crianças e ministros de culto, além do fato de as vítimas serem menores e de viverem com seus agressores no internato.