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Ex-presidente da África do Sul Jacob Zuma será processado por corrupção

Caso trata de contrato de armamento com indústrias estrangeiras que remonta aos anos 1990

Jacob Zuma, ex-presidente da África do SulJacob Zuma, ex-presidente da África do Sul - Foto: Mujahid Safodien/ AFP

O ex-presidente sul-africano Jacob Zuma será julgado por corrupção em um caso de contrato de armamento com indústrias estrangeiras que remonta aos anos 1990, anunciou nesta sexta-feira a procuradoria. "Há motivos razoáveis para pensar que as ações judiciais contra Zuma darão resultados", declarou o procurador-geral Shaun Abrahams em coletiva de imprensa em Pretória.

A justiça suspeita que Zuma cobrou propinas em um contrato de armamento de 5,16 bilhões de dólares, assinado em 1999 pela África do Sul com várias empresas estrangeiras, entre elas a francesa Thalès. Na ocasião, era vice-presidente do país. O ex-presidente será julgado por fraude e corrupção.

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A procuradoria-geral disse que a filial local de Thales também será julgada ao mesmo tempo que o ex-presidente. A empresa Thales não quis fazer comentários.

Em 2005, o ex-conselheiro financeiro de Zuma, Schabir Shaik, foi condenado a 15 anos de prisão por obter propinas. O presidente Thabo Mbeki aproveitou a ocasião para demitir seu adversário Zuma, acusado por corrupção.

As ações judiciais foram anuladas por ausência de provas e Zuma obteve sua revanche política no final de 2007, tirando Mbeki da presidência do partido ANC. Sua alegria durou pouco, pois dez dias depois a justiça voltou a indiciá-lo. Mais uma vez, a justiça decidiu, em 2008, invalidar o processo questões técnicas. Meses depois, Zuma foi eleito presidente e o caso pareceu definitivamente enterrado.

Mas o principal partido opositor, Aliança Democrática (DA), conseguiu pressionar os magistrados encarregados do caso graças a gravações telefônicas. Em 2016, a justiça ordenou o restabelecimento do caso contra Zuma.

Zuma, debilitado por vários escândalos de desvios de recursos públicos, anunciou em um discurso televisionado à nação que havia tomado a decisão de se renunciar ao cargo, embora estivesse em desacordo com a direção de seu partido.

O ex-sindicalista e empresário Cyril Ramaphosa assumiu o lugar de Zuma, de 75 anos e estava no poder desde 2009.

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