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Filho do ditador Muammar Gaddafi é colocado em liberdade na Líbia

A informação foi divulgada neste domingo (11) pelo advogado Khaled al-Zaidi

O filho do ditador líbio Muammar Gaddafi, Saif al-Islam Gaddafi, 44, foi libertado por um grupo armado no oeste da Líbia.

A informação foi divulgada neste domingo (11) pelo advogado Khaled al-Zaidi. De acordo com ele, o paradeiro de Saif é mantido em sigilo por razões de segurança.
Saif foi mantido preso desde a queda do regime de seu pai, em 2011. Ele foi libertado na cidade de Zintan, de acordo com anistia aprovada pelo parlamento do leste na Líbia.

O filho de Gaddafi, que antes da queda do pai era visto como um forte sucessor na linha de comando da Líbia, foi visto pela última vez por um observador internacional independente em junho de 2014.

O advogado afirma que Saif poderá desempenhar um papel importante nos esforços de reconciliação nacional, já que ele era popular na Líbia. "Ele desempenhará um papel fundamental."

A brigada Abubaker Sadiq de Zintan, responsável por proteger Saif, disse que escolheu liberá-lo seguindo os pedidos do ministério da justiça do governo com sede no leste da Líbia, que é rival do da capital, Trípoli. "Nós decidimos soltar Saif al-Islam Muammar Gaddafi, que é livre, e confirmamos que ele deixou Zintan", informou a brigada, responsável por prendê-lo em 2011.

CONDENADO

Um tribunal de Trípoli condenou Saif até a morte em 2015 por crimes de guerra, incluindo matar manifestantes durante a revolta que resultou na queda do regime de Muammar Gaddafi. O escritório do procurador-geral em Tripoli informou neste domingo (11) que Saif era procurado e que uma investigação havia sido aberta.
Após a queda de Muammar Gaddafi, a Líbia mergulhou numa disputa pelo poder entre governos rivais e alianças armadas.

Zintan, que ganhou importância militar devido a seu papel no levante de 2011 e que estava em desacordo com as autoridades de Trípoli, recusou-se a entregar Saif. O filho de Gaddafi também é procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Zintan, a cerca de 145 km (90 milhas) a sudoeste de Trípoli, tem suas próprias divisões e está alinhada com o governo e as forças armadas com sede no leste da Líbia.

Os conselhos militares e municipais de Zintan, porém, condenaram fortemente e consideraram um "traição do sangue dos mártires" a decisão da brigada Abubaker Sadiq de libertar Saif.

EM LONDRES

O advogado britânico Karim Khan disse que não conseguiu confirmar ou negar os relatos da liberdade de Saif, seu cliente. Mas revelou que manteve contato regular com o líbio e que o visitou no final do ano passado.

Antes da Primavera Árabe em 2011, Saif morava em uma mansão avaliada em £ 10 milhões (cerca de R$ 41,68 milhões) em Hampstead, em Londres. Dois dos irmãos de Saif, Mutassim e Khamis, morreram nas revoltas que derrubaram o governo de Muammar Gaddafi, enquanto um terceiro, Hannibal, vive no Líbano. Seu irmão mais novo, Saadi, está detido em Trípoli, aguardando julgamento sob acusação de crimes de guerra.

Na Líbia, um dos motivos que levam a crer que Saif, que no ano passado recebeu a visita da mãe, Safia, poderia emergir como ator político é o suporte de tribos que apoiaram seu pai.

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