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Kuwait nomeia novo emir após morte do xeque Nawaf

Estudo foi realizado pela Universidade de SP

Mishal al Ahmad al Jaber al Sabah, príncipe herdeiro do KwaitMishal al Ahmad al Jaber al Sabah, príncipe herdeiro do Kwait - Foto: Saudi Press Agency/AFP

O príncipe herdeiro do Kuwait, xeque Mishal al Ahmad al Jaber al Sabah, de 83 anos, foi nomeado neste sábado (16) novo emir do país, após o falecimento de seu antecessor, uma substituição que acontece em um momento de tensões internas.

"O gabinete kuwaitiano nomeia o príncipe herdeiro, Sua Alteza xeque Mishal, emir do Estado do Kuwait", anunciou a televisão estatal desse pequeno país do Golfo, muito rico em petróleo.

Mishal se torna o 17º soberano do Kuwait, ao assumir o lugar de seu meio-irmão, o xeque Nawaf al Ahmad al Sabah, falecido hoje, aos 86 anos, após um mandato de três anos, anunciou a Corte Real.

Nomeado príncipe herdeiro em 2020, o novo emir foi ministro do Interior e dedicou boa parte de sua carreira à área de segurança e dos serviços de Inteligência.

Este pai de 12 filhos prestará juramento de lealdade perante o Parlamento nos próximos dias, ou semanas.

O falecimento do xeque Nawaf e a idade avançada de seu sucessor aumentam as incertezas em um país abalado por divisões, incluindo dentro da família Al Sabah, com troca de acusações de corrupção e conspiração entre alguns de seus membros.

"O processo de sucessão sem turbulências (...) reflete a maturidade do sistema político kuwaitiano", destacou Abdullah Al Chayji, professor de Ciência Política na Universidade do Kuwait, em comentário nas redes sociais.

Emir nos últimos três anos
Em novembro, o xeque Nawaf foi internado, devido a "um problema de saúde urgente", segundo a agência oficial de notícias KUNA, sem dar detalhes sobre a doença. Posteriormente, sua condição foi relatada como estável.

Considerando-se sua idade, sua saúde sempre foi uma questão importante durante sua gestão.

O xeque Nawaf foi nomeado príncipe herdeiro em 2006 por seu meio-irmão, xeque Sabah al Ahmad al Sabah, e assumiu o cargo de emir após sua morte em setembro de 2020, aos 91 anos.

Após sua morte, muitos países homenagearam-no. A família real saudita disse que "compartilha a dor" do Kuwait, e o emir do Catar descreveu seu falecimento como "doloroso". Já o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, referiu-se a "um grande amigo do Reino Unido".

Disputa entre os Poderes Executivo e Legislativo
País de 4,5 milhões de habitantes, dos quais 1,3 milhão são kuwaitianos, o Kuwait está mergulhado há vários anos em uma crise profunda entre os poderes Executivo e Legislativo, que bloqueia qualquer tentativa de reforma.

A Constituição do Kuwait estabelece que o soberano deve ser descendente do fundador da nação, Mubarak al-Sabah. Mas, durante muito tempo, respeitou-se uma tradição de alternância entre os ramos da família Salem e Jaber.

O antigo emir xeque Sabah, da família Jaber, pôs fim a essa tradição, ao nomear o xeque Nawaf, também Jaber, como príncipe herdeiro em 2006, afastando, assim, a família Salem.

O xeque Nawaf foi emir apenas durante três anos, mas passou seis décadas envolvido na tumultuada liderança do país, ocupando vários cargos importantes.

Foi, entre outros, ministro da Defesa quando o Iraque invadiu o país em 1990 e também ocupou a pasta do Interior durante o período em que as forças de segurança kuwaitianas lutaram contra islamistas armados em 2005.

Na esfera diplomática, manteve o "status quo", optando pela ausência de relações com Israel. Manteve, no entanto, relações equilibradas com Arábia Saudita e Irã, os dois grandes inimigos regionais.

Com seu estilo discreto, conseguiu sobreviver à agitada política do Kuwait, marcada por repetidas disputas entre o Governo e o Parlamento.

País conservador, no qual os postos de poder estão concentrados nas mãos da família al Sabah, o Kuwait tem o Parlamento mais ativo e poderoso do Golfo.

Um dos principais exportadores de petróleo do mundo, detentor de cerca de 7% das reservas mundiais de petróleo bruto, é um Estado extremamente rico, onde a instabilidade abrandou as reformas e o desenvolvimento de infraestruturas.

A luta permanente entre o Executivo e os parlamentares resultou em uma dança de governos e na dissolução da Assembleia em inúmeras ocasiões na última década.

No início de abril, a pequena monarquia formou seu sétimo governo em três anos. Poucos dias depois, o emir dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições legislativas.

De um modo geral, o xeque Nawaf se manteve à margem da vida política, em benefício do príncipe herdeiro xeque M

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