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Norte da Faixa de Gaza está à beira da crise de fome, alerta ONU

Em relatório divulgado neste sábado (9), análise adverte iminente risco de fome devido à situação em Gaza

Em um relatório anterior, estimou-se que 16% da população enfrentaria níveis "catastróficos" de fome em 2025Em um relatório anterior, estimou-se que 16% da população enfrentaria níveis "catastróficos" de fome em 2025 - Foto: Omar Al-Qattaa/AFP

A fome ameaça o norte da Faixa de Gaza em meio à intensificação das operações do Exército israelense e à interrupção quase total da ajuda alimentar, adverte um relatório da ONU publicado neste sábado (9).

Os militares israelenses responderam questionando o relatório e argumentando que ele se baseia em “dados parciais e tendenciosos”.

O relatório da Estrutura Integrada de Classificação de Fases de Segurança Alimentar (IPCF) adverte sobre “uma probabilidade iminente e substancial de fome devido à rápida deterioração da situação na Faixa de Gaza”.

“Os limites da fome podem já ter sido ultrapassados ou podem ser ultrapassados em um futuro próximo”, estima o relatório.

Em 17 de outubro, um relatório anterior do IPC elaborado por agências da ONU e ONGs, incluindo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), com sede em Roma, estimou que cerca de 345.000 habitantes de Gaza enfrentariam níveis “catastróficos” de fome entre novembro e abril de 2025, o equivalente a 16% da população.

Essa avaliação corresponde ao nível mais alto da Estrutura de Classificação da Fase de Segurança Alimentar Integrada, nível 5 (3: crise, 4: emergência, 5: catástrofe).

Desde essa data, a situação se deteriorou no norte da Faixa de Gaza, com o colapso dos sistemas alimentares, uma diminuição da ajuda humanitária e uma situação crítica em termos de água, saneamento e higiene, observa o relatório.

“Portanto, estima-se que a fome, a desnutrição e o aumento da mortalidade devido à desnutrição e às doenças estejam aumentando rapidamente”, diz o relatório.

Os militares israelenses questionaram a qualidade do relatório.

“Todas as avaliações do IPC se mostraram incorretas e inconsistentes com a situação no local”, respondeu em um comunicado.

De acordo com o Exército, 39.000 caminhões carregando mais de 840.000 toneladas de alimentos entraram na Faixa de Gaza nos últimos dois meses.

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