Logo Folha de Pernambuco

política

Opositor no exílio retorna a Moçambique para discutir eleições questionadas

Após dois meses, Venâncio Mondlane reaparece e afirma que a eleição presidencial, realizada em outubro, foi roubada dele em favor de Daniel Chapo, no poder há 50 anos

O líder da oposição de Moaçambique Venancio Mondlane (C)O líder da oposição de Moaçambique Venancio Mondlane (C) - Foto: ALFREDO ZUNIGA/AFP

O principal líder da oposição de Moçambique retornou de mais de dois meses de exílio nesta quinta-feira (9) para conversar com o governo sobre resultados eleitorais contestados que levaram a semanas de protestos sangrentos.

Venâncio Mondlane afirma que a eleição presidencial de 9 de outubro foi roubada dele em favor de Daniel Chapo, do partido Frelimo, no poder há 50 anos.

O parlamentar de 50 anos e ex-apresentador de rádio, popular entre os jovens, pediu aos seus apoiadores que o encontrassem no aeroporto, mas a polícia bloqueou o acesso ao terminal, gerando confrontos.

O resultado, que também foi questionado por observadores da União Europeia e ONGs anticorrupção, foi confirmado antes do Natal pelo Conselho Constitucional, que deu 65% dos votos a Chapo e 24% a Mondlane.

A disputa eleitoral gerou distúrbios violentos em todo o país, com cerca de 300 manifestantes mortos, segundo uma ONG local.

As autoridades também relatam o assassinato de policiais, saques e vandalismo.

Acusado de ser responsável por essa violência, Mondlane correu o risco de ser preso ao chegar ao país.

"Estou preparado para me submeter à Justiça, para me defender (...) e para mostrar quem são os verdadeiros culpados dos crimes", disse ele nesta quinta-feira.

Mas qualquer ação do governo contra o carismático político pode levar Moçambique, ainda marcado pela longa guerra civil (1977-1992), a uma grave crise, alertam analistas.

Veja também

Papa alerta sobre IA e notícias falsas que visam "manipular consciências"
meta

Papa alerta sobre IA e notícias falsas que visam "manipular consciências"

EUA anuncia novos US$ 500 milhões em ajuda militar à Ucrânia
ucrânia

EUA anuncia novos US$ 500 milhões em ajuda militar à Ucrânia

Newsletter