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Segurança do Boeing 737 MAX é questionada após duas tragédias aéreas

Nesse domingo (10), morreram 157 passageiros e tripulantes de um 737 MAX operado pela Ethiopian Airlines. O mesmo modelo caiu na Indonésia em outubro passado, matando seus 189 ocupantes

Avião da Ethiopian AirlinesAvião da Ethiopian Airlines - Foto: Divulgação

Pela segunda vez em menos de seis meses, um Boeing 737 MAX 8 caiu minutos após decolar, matando todos os seus ocupantes, o que gerou novos questionamentos sobre a segurança de um modelo que é crucial para os planos da gigante da aviação americana.

Nesse domingo (10), morreram 157 passageiros e tripulantes de um 737 MAX operado pela Ethiopian Airlines. O mesmo modelo caiu na Indonésia em outubro passado, matando seus 189 ocupantes. Apenas os dados de voo e as caixas-pretas da aeronave poderão indicar o que causou o acidente de hoje, se foram problemas técnicos, erro do piloto ou uma combinação de fatores.

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Durante o voo, o piloto do Boeing reportou "dificuldades" e pediu para retornar ao aeroporto internacional de Bole, na capital etíope, disse à imprensa o presidente da companhia aérea, Tewolde GebreMariam. "O piloto mencionou que tinha dificuldades e que queria regressar", e os controladores "autorizaram-no" a dar meia-volta e retornar para Adis-Abeba, declarou GebreMariam em entrevista coletiva. As condições climáticas na capital da Etiópia eram boas no momento do voo.

Coincidência?
Enquanto o especialista do Teal Group Richard Aboulafia afirmou que "é muito cedo para fazer algum comentário significativo", outro analista destacou as semelhanças entre os dois acidentes. "Foi o mesmo avião. Assim como o da Lion Air, o acidente da Ethiopian ocorreu logo após a decolagem, e os pilotos reportaram problemas. As semelhanças são claras", assinalou o especialista aeroespacial, que pediu para não ser identificado.

O especialista em aviação Michel Merluzeau apontou que "estas são as únicas semelhanças, e a comparação para aí, já que não temos nenhuma outra informação confiável até o momento". Desde o acidente da Lion Air, o 737 MAX enfrenta ceticismo por parte da comunidade aeroespacial. O programa apresentou problemas ainda na fase de desenvolvimento.

Em maio de 2017, a Boeing interrompeu os testes de voo dos 737 MAX devido a problemas de qualidade do motor produzido pela CFM International, empresa de propriedade conjunta da Safran Aircraft Engines e GE Aviation. O último acidente representa um grande golpe para a Boeing, cujos aviões MAX são a última versão do 737, sua aeronave mais vendida de todos os tempos, com mais de 10 mil aparelhos produzidos.

"A MAX é uma linha muito importante para a Boing na próxima década. Representa 64% da produção da empresa até 2032, e tem margens operacionais significativas", assinalou Merluzeau, destacando que as próximas 24 horas serão fundamentais para que a Boeing administre a crise com os viajantes e investidores preocupados com a segurança de seu avião.

A fabricante divulgou estar "profundamente entristecida" com o acidente da Ethiopian Airlines, e acrescentou que uma equipe técnica auxiliará nas investigações. O especialista que pediu anonimato indicou que a Boeing deverá enfrentar uma reação negativa dos mercados, mas que o prejuízo será limitado para o grupo, concorrente da Airbus.

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