CRISE

Tribunal de El Salvador mantém prisão de 403 líderes da MS-13

Os réus também são acusados de casos de desaparecimento de pessoas, extorsão, tráfico de armas, tráfico de pessoas e rebelião contra o sistema democrático

Presidente de El Salvador Nayib BukelePresidente de El Salvador Nayib Bukele - Foto: Oscar Rivera/AFP

Um tribunal de El Salvador ordenou que 403 líderes da Mara Salvatrucha (MS-13), acusados de múltiplos crimes, sigam presos provisoriamente até 2025, informou o Ministério Público nesta sexta-feira (9), o mesmo dia em que o regime de exceção no país foi prorrogado no Congresso.

"As evidências apresentadas pela FGR [sigla em espanhol de Procuradoria-Geral da República] estabelecem o vínculo de todos estes líderes com a estrutura da MS, por isso o tribunal ordenou que todos sigam em prisão provisória", indicou o MP na rede social X.

O Sexto Tribunal contra o Crime Organizado de San Salvador tomou essa decisão após uma audiência coletiva para imposição de medidas acompanhada virtualmente pelos réus de diferentes presídios do país.

Além disso, a corte ordenou a captura de outros 89 líderes dessa mesma facção que estão foragidos e sobre os quais pesam as mesmas acusações. No total, são 492 os réus incluídos neste caso.

O tribunal decidiu que os detidos permaneçam "em prisão provisória até o ano de 2025" à espera de que o MP apresente novas evidências ou fortaleça as que já foram apresentadas.

De acordo com o órgão acusador, os líderes da MS-13 estão "vinculados" a 37.402 delitos cometidos entre 2012 e 2022, incluídos "29.416 homicídios agravados".

Não obstante, o subdiretor da promotoria contra a criminalidade Max Muñoz disse na quinta-feira, em um vídeo difundido pelo MP, que a esses detidos "se atribuem mais de 500 homicídios".

Os réus também são acusados de 907 casos de desaparecimento de pessoas, extorsão, tráfico de armas, tráfico de pessoas e rebelião contra o sistema democrático, indicou o Ministério Público.

A pena mínima a que cada réu está exposto "gira em torno de 95 anos", pois, na audiência, foram apresentadas "evidências abundantes" dos crimes pelos quais são acusados.

Entre os processados estão 24 líderes da "ranfla histórica" (estrutura máxima), 215 "ranfleros" (líderes intermediários) e 253 "corredores de programas" (responsáveis de várias células em uma região).

A audiência aconteceu depois de o presidente salvadorenho, Nayib Bukele, autoproclamar sua reeleição no domingo, com 85% dos votos, graças à sua "guerra" contra as facções criminosas, amparada pelo regime de exceção.

O Congresso salvadorenho aprovou nesta sexta-feira uma nova prorrogação desse regime que, neste momento, mantém presos 77.300 suspeitos, dos quais 7.000 foram liberados por serem inocentes.

"Está aprovado o prolongamento do regime de exceção", assinalou o presidente do Congresso, Ernesto Castro, após indicar que essa ampliação estará em vigor até 11 de março.

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