Logo Folha de Pernambuco

Vacina contra a Covid

Municípios de Pernambuco mantêm intervalo de 60 dias entre doses da vacina da AstraZeneca

O Ministério da Saúde voltou a recomendar que o intervalo seja de 90 dias

Vacina da AstraZeneca contra a CovidVacina da AstraZeneca contra a Covid - Foto: Hélia Scheppa/divulgação/SEI

O Ministério da Saúde (MS) voltou a recomendar que o intervalo entre a primeira e a segunda aplicação da vacina AstraZeneca seja de 90 dias. De acordo com a pasta, a decisão foi tomada após reunião do grupo técnico que assessora o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e deve constar em documento técnico a ser enviado aos estados e municípios nos próximos dias.  

Nas últimas semanas, houve divergências entre as recomendações nos âmbitos federal e estaduais. Diferentes locais do país autorizaram a antecipação da segunda dose do imunizante após 60 dias da primeira aplicação. Os estados argumentam que a medida pretende aumentar a proteção contra possíveis novas variantes, a exemplo da Delta, já em circulação no Brasil.

De acordo com a bula do imunizante, disponível no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina pode ser administrada com intervalo de 4 a 12 semanas entre as doses e níveis de eficácia que progridem ao decorrer do tempo. A médica infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen, integrante da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), avalia que ainda não é possível definir com certeza se haverá ou não consequências em relação ao intervalo entre as aplicações. 

“Ainda são muito controversas as evidências de antecipar vacinas nesse momento da Covid. Vamos ter que precisar esperar o tempo da ciência para que a gente possa ver as publicações, mostrando o que deveremos fazer no presente e no futuro, principalmente no futuro”, disse. “As  vacinas foram planejadas para serem feitas de acordo com o que foi pré-estabelecido e, qualquer que seja a modificação, teremos que aguardar, não só as publicações, o próprio tempo da ciência, mas também os consensos das autoridades, não só nacionais, como também mundiais. Enquanto isso, a melhor vacina é aquela que chega primeiro no seu braço”, completou. 

Aplicação em Pernambuco

Em Pernambuco, os municípios têm a possibilidade de finalizar o esquema vacinal da AstraZeneca entre 60 e 90 dias, após a primeira dose. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), a decisão foi validada pelo Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19, a partir da análise de dados científicos, e pactuada entre o Estado e os municípios em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Em nota, o órgão reforça, ainda, que as cidades que anteciparem o prazo para a segunda aplicação devem utilizar apenas as doses já destinadas para esta fase.

A Secretaria de Saúde do Recife, também por nota, esclarece que, como já agendou todas as 120 mil doses de AstraZeneca enviadas pelo Ministério da Saúde para serem usadas exclusivamente como segunda dose, voltou a considerar o intervalo de 90 dias entre a primeira e a segunda aplicação. No entanto, afirma o órgão, à medida que o MS enviar novas remessas suficientes de segunda dose do imunizante, a Secretaria voltará a aplicar no intervalo de 60 dias.

Já a Secretaria de Saúde de Olinda informou, em nota, que mantém o intervalo de 60 dias entre as doses, baseado em estudos técnicos do próprio Ministério da Saúde, mas que com o novo anúncio do Governo Federal, está avaliando a medida e pode voltar a seguir a recomendação do prazo inicial de 90 dias. 

Em contato com a reportagem, a assessoria de Comunicação de Jaboatão dos Guararapes informou que seguirá a pactuação estadual, mantendo o prazo entre 60 e 90 dias, enquanto houver estoque para a segunda dose. Já o município de Paulista não retornou o contato até o fechamento desta matéria. 

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter