Museu de História Natural de NY fecha salas com objetos de povos nativos dos EUA
A meta é devolver os objetos que fazem parte do acervo sociocultural às tribos
O Museu de Ciências Naturais de Nova York fechará a partir deste sábado (27) duas salas que exibem objetos de povos nativos dos Estados Unidos, anunciou a instituição, em cumprimento a uma nova norma que obriga os museus a obterem o consentimento dos descendentes dos proprietários originais.
"A partir deste sábado, fecharemos duas salas dedicadas às culturas indígenas da América do Norte, a dos Bosques Orientais e a dos Grandes Lagos", explicou o presidente do museu, Sean Decatur, em uma carta aos funcionários nesta sexta-feira.
O museu nova-iorquino, que atrai 4,5 milhões de visitantes por ano, está cumprindo a nova regulamentação federal que entrou em vigor em 12 de janeiro e exige o consentimento dos descendentes dos povos originários para a exibição de seu patrimônio cultural, sagrado e funerário.
A meta é devolver os objetos que fazem parte do acervo sociocultural às tribos das quais saíram.
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Dado o "significativo" número de itens exibidos nessas salas e o fato de que as exposições se tornaram "desatualizadas", decidiu-se "fechá-las em vez de cobrir ou retirar objetos específicos", explicou Decatur.
Os visitantes, em especial estudantes que visitam essas salas para aprender sobre a história do país, deixarão de poder ver objetos como uma canoa de casca de bétula de origem Menominee, dardos que datam de 10.000 a.C. e uma boneca Hopi Katsina.
A decisão, que pode parecer "repentina" para alguns e "tardia" para outros, reflete, no entanto, "a crescente urgência de todos os museus em mudar suas relações e representações das culturas indígenas", afirma a maior autoridade do museu nova-iorquino, cujo departamento de antropologia é um dos mais antigos e prestigiosos do país.
Outros museus pelo país, por sua vez, cobriram vitrines ou retiraram os objetos mais sensíveis do patrimônio cultural e sagrado das tribos, de acordo com o The New York Times.
Bryan Newland, secretário adjunto de Assuntos Indígenas e ex-presidente tribal da comunidade indígena Bay Mills, citado pelo Times, indicou que as normas foram elaboradas em consulta com os representantes tribais, que queriam que seus antepassados recuperassem a dignidade na morte.