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RIO DE JANEIRO

Mutilados: sistema prisional do Rio tem 103 amputados por arma de fogo ou explosivos

Presos com amputações dependem de outros detentos voluntários que atuam como cuidadores caso necessário

PrisãoPrisão - Foto: Reprodução/Twitter

A foto que viralizou na internet mostrava o criminoso Edvanderson Gonçalves Leite, o Deco, com parte dos dois braços amputados, ainda vestindo camisola hospitalar, a caminho do presídio. Irmão de Éderson José Gonçalves Leite, o Sam, apontado como chefe do tráfico na Cidade de Deus, ele havia sido baleado em 18 de abril deste ano, durante um confronto com policiais na favela. Foi preso enquanto buscava atendimento médico na UPA da comunidade. E, desde então, passou a integrar uma população carcerária que soma 103 amputados vítimas de arma de fogo ou explosivos no estado do Rio, em dados do início de junho, revela a série Mutilados.

A quantidade de presos mutilados informada pela Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) é tamanha que ultrapassa as 88 amputações extraídas dos registros de internações no SUS na capital fluminense entre 2008 e 2022. Mas não é possível somar esses números, inclusive porque não se sabe em que ano e onde os presos foram amputados.

São detentos que, na unidade prisional, se precisarem de ajuda para realizar suas tarefas do dia a di,a são auxiliados por outros custodiados voluntários, que atuam como cuidadores. Sem as duas mãos, com Deco não será diferente, diz a Seap. E assim como os outros, também terá seu quadro clínico acompanhado por equipes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (Pnaisp), que conta com profissionais como psicólogos e fisioterapeutas.

Já se um preso como ele, com deficiência, necessitar de atendimento de alta complexidade, será levado para uma unidade de Saúde estadual, “não gerando qualquer ônus ao sistema prisional além das despesas com o transporte” do paciente, diz a Seap. De acordo com a secretaria, do total, 102 presos foram amputados por perfuração ou disparo de arma de fogo e um, por explosivos ou congêneres. A unidade com mais amputados é a Penitenciária Alfredo Trajano (Bangu II), no Complexo de Gericinó.

 

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