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Otan

Na Finlândia, Blinken chama a guerra da Rússia de 'fracasso estratégico'

Secretário de Estado dos EUA diz que Putin expôs a fraqueza de suas Forças Armadas, prejudicou a economia e inspirou a Otan a se tornar mais unida e ainda maior

Antony Blinken durante visita a Helsinque, na Finlândia Antony Blinken durante visita a Helsinque, na Finlândia  - Foto: AFP

Falando da capital da Finlândia, o mais novo membro da Otan, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse, nesta sexta-feira, que fortalecer as defesas da Ucrânia contra a Rússia era um “pré-requisito” para acabar com a guerra de maneira diplomática, e alertou contra o fascínio de alguns países por um cessar-fogo de curto prazo, que poderia dar uma vantagem a Moscou.

No discurso, fortemente simbólico na prefeitura de Helsinque, Blinken também enumerou o que chamou de muitos “fracassos estratégicos” que o presidente russo, Vladimir Putin, sofreu desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Um deles, disse, foi a decisão da Finlândia de romper com décadas de neutralidade e ingressar na aliança militar, um golpe para Putin, que considera a expansão da Otan uma grave ameaça à segurança russa.

— A entrada oficial da Finlândia na Otan foi uma mudança radical que teria sido impensável antes da guerra na Ucrânia, e uma mudança que Putin trouxe para si mesmo ao invadir seu vizinho — afirmou.

Durante 40 minutos, Blinken argumentou que Putin involuntariamente expôs a fraqueza de suas Forças Armadas, prejudicou a economia e inspirou a Otan a se tornar mais unida e ainda maior. Mas também advertiu sobre “um caminho longo e difícil para Kiev”, particularmente em meio ao que ele previu que seriam novos apelos mundiais para a suspensão dos combates.

— Nos próximos meses, alguns países pedirão um cessar-fogo — disse Blinken. — Superficialmente, isso parece sensato, atraente, até. Afinal, quem não quer que as partes em conflito deponham as armas? Quem não quer que a matança acabe?

Guerra na Ucrânia: Por que Kiev escapa quase ilesa dos incansáveis bombardeios russos recentes?

Mas um cessar-fogo que congele as linhas atuais, com a Rússia controlando grandes partes do território ucraniano, ponderou Blinken, “não é uma paz justa e duradoura”.

— É uma paz de Potemkin. Isso legitimaria a apropriação de terras pela Rússia. Recompensaria o agressor e puniria a vítima.

Blinken reforçou que tanto os Estados Unidos quanto a Ucrânia gostariam de ver o fim da guerra, e alertou que Putin parecia ter pouco interesse em negociar a conclusão dos combates.

— Está convencido de que pode simplesmente sobreviver à Ucrânia e seus apoiadores, enviando cada vez mais russos para a morte e infligindo cada vez mais sofrimento aos civis ucranianos — disse Blinken. — Ele acha que, mesmo que perca o jogo em curto prazo, ainda pode vencer em longo prazo.

O discurso aconteceu ao fim de uma viagem de uma semana à Finlândia, Noruega e Suécia, que incluiu reuniões com oficiais da Otan, com o objetivo discutir o relacionamento de longo prazo da aliança com Kiev, que busca a entrada na Otan e garantias de segurança. A Suécia também está tentando ingressar na aliança militar, apesar da oposição turca que as autoridades dos EUA esperam neutralizar em breve.

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