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ONU

Na ONU, comunidade internacional tenta evitar guerra na Líbano

A proposta será divulgada muito rapidamente e existe um desejo que ambas as partes a aceitem o combinado

O anúncio ocorreu pouco depois de um encontro na ONU entre os presidentes dos Estados Unidos e da França, Joe Biden e Emmanuel MacronO anúncio ocorreu pouco depois de um encontro na ONU entre os presidentes dos Estados Unidos e da França, Joe Biden e Emmanuel Macron - Foto: Angela Weiss/AFP

A França anunciou, nesta quarta-feira (25), que está trabalhando com os Estados Unidos para alcançar um cessar-fogo de 21 dias entre Israel e o Hezbollah, na tentativa de evitar uma "guerra total" no Líbano, o maior temor manifestado nos últimos dias pela comunidade internacional na Assembleia Geral da ONU.

"Temos trabalhado com nosso parceiro americano em uma plataforma para um cessar-fogo temporário de 21 dias que permita o desenvolvimento das negociações", afirmou o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança que ele mesmo havia convocado.

A proposta "será divulgada muito rapidamente e contamos que ambas as partes a aceitem", disse ele, referindo-se a Israel e ao movimento islamista Hezbollah, lembrando que a guerra "não é inevitável", e pediu a todos os atores que se "comprometam decisivamente" com uma solução pacífica para o conflito.

Este anúncio ocorreu pouco depois de um encontro na ONU entre os presidentes dos Estados Unidos e da França, Joe Biden e Emmanuel Macron, respectivamente.

Segundo a Casa Branca, ambos os líderes discutiram "os esforços para alcançar um cessar-fogo entre Israel e Líbano e evitar uma guerra mais ampla".

Biden havia alertado nesta quarta-feira que "é possível uma guerra em grande escala" no Oriente Médio, enquanto Macron pediu "energicamente a Israel que pare a escalada no Líbano e ao Hezbollah que pare de disparar" foguetes.

Israel não pode "expandir suas operações no Líbano sem consequências", disse o presidente francês da tribuna da Assembleia Geral da ONU, antes de acrescentar que "não pode haver uma guerra".

Nesta quarta-feira, o Exército israelense declarou estar preparando "uma possível entrada" no Líbano para atingir o Hezbollah, contra o qual sua força aérea está realizando novos ataques mortais, após a interceptação de um míssil disparado contra Tel Aviv.

"Inferno"
"O inferno está se desencadeando no Líbano", advertiu, por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, no Conselho de Segurança.

O Oriente Médio está "à beira de uma catástrofe total", advertiu o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, pouco antes da reunião, assegurando que Teerã apoiará o Líbano "por todos os meios".

Por sua vez, o embaixador israelense, Danny Danon, afirmou que seu país preferiria usar a via diplomática para garantir sua fronteira norte com o Líbano, mas que usará "todos os meios" ao seu alcance se um acordo com o Hezbollah não for alcançado.

A diplomacia se esforça para encontrar uma saída com o pano de fundo de um esquivo cessar-fogo na Faixa de Gaza.

"Estamos trabalhando incansavelmente com nossos parceiros para evitar uma guerra total e avançar em direção a um processo diplomático que permita que israelenses e libaneses voltem para casa", declarou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, em uma reunião com os países do Conselho de Cooperação do Golfo.

Em privado, os diplomatas confessam que essas discussões são extremamente difíceis, com um resultado muito incerto.

Guerra sem fim
Vários líderes árabes e muçulmanos, embora não exclusivamente, criticaram Israel neste conclave diplomático anual, multiplicando suas condenações ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusado pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de "arrastar toda a região para a guerra".

No entanto, as saídas para a crise são limitadas. Washington sempre acreditou que um cessar-fogo em Gaza acompanhado da libertação dos reféns nas mãos do Hamas seria a melhor maneira de propiciar uma solução diplomática entre Israel e Hezbollah.

Em particular, porque o grupo pró-iraniano afirma agir em apoio ao movimento palestino Hamas em Gaza, que lançou um ataque mortal sem precedentes contra o sul de Israel em 7 de outubro.

Mas as negociações para essa trégua, mediadas pelos Estados Unidos, Catar e Egito, chegaram a um impasse total, e Israel fez ouvidos surdos aos apelos para a desescalada e abriu esta segunda frente no norte, após meses de trocas de tiros.

No entanto, para Brian Katulis, do Middle East Institute, "Israel e o eixo iraniano vêm flertando há meses com uma guerra regional em grande escala, e os Estados Unidos não têm nem a vontade nem a direção estratégica para alterar fundamentalmente essa dinâmica".

Firme defensor de Israel, o presidente Biden se recusou até agora a usar a influência das armas fornecidas pelos Estados Unidos, com exceção de uma entrega de bombas em maio, e parece improvável que mude de estratégia às vésperas das eleições presidenciais de 5 de novembro.

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