Não cumprimento de entregas de vacinas pode atrapalhar plano de vacinação em Pernambuco
Pernambuco deve receber, nesta sexta-feira (23), novas 142.150 doses de vacinas contra a Covid-19. O número é menor que o esperado.
Pernambuco deve receber, nesta sexta-feira (23), novas 142.150 doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 28.400 da Coronavac/Butantan e 113.750 da Astrazeneca/Fiocruz. O número, contudo, é inferior ao esperado pelo governo do Estado, que deveria receber mais de 120 mil doses da Coronavac/Butantan do Ministério da Saúde.
Em coletiva virtual realizada nesta quinta-feira (22), André Longo, secretário estadual de Saúde de Pernambuco, informou que a distribuição das vacinas nos estados é planejada de acordo com o calendário divulgado pelo Ministério da Saúde e que, se não tiver previsibilidade da entrega das doses do imunizante, a operacionalização da vacinação é comprometida.
Leia também
• Pernambuco registra 2.089 novos casos de Covid-19 e soma mais 46 óbitos
• Pernambuco amplia teste do pezinho com detecção de deficiência de biotinidase
• Comércio nas praias de Pernambuco está permitido a partir de segunda-feira (26)
Com o anúncio do adiamento do fim da imunização contra a Covid-19 feito pelo Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na quarta-feira (21), o plano de imunização de estados e municípios pode ser afetado. Pernambuco, que tinha previsão de terminar a imunização de idosos até o fim de abril, por exemplo, deve encerrar esse grupo apenas em meados do mês de maio por alterações na distribuição do Ministério da Saúde.
"Nos preocupa o ritmo da entrega de vacinas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI). Esta semana estamos registrando uma queda da entrega da vacina Coronavac para aquilo que estava previsto", informou Longo. De acordo com o gestor, as doses da vacina do Butantan que deveriam ser entregues pelo PNI seriam destinadas para a segunda dose.
"Essas doses estavam reservadas para fazer, especialmente, segundas doses na população. Já tem relatos de outros estados, aqui perto mesmo, na Paraíba, temos relato de que em João Pessoa já está faltando a segunda dose.Isso compromete o planejamento, toda vez que temos uma redução na entrega o planejamento é comprometido. A fala do ministro postergando o prazo para completude da vacinação dos grupos prioritários realmente preocupa por que a gente tem uma expectativa de atender esses grupos prioritários num prazo mais curto", explicou Longo.
Pessoas que receberam a primeira dose do imunizante do Instituto Butantan só podem encerrar o ciclo vacinal com a segunda dose da vacina, que deve ser aplicada de 14 a 28 dias após a primeira dose. Cerca de duas semanas após a segunda dose da Coronavac, de acordo com o Butantan, a imunização é completa, com os anticorpos criados pelo corpo.
"Os estados e municípios não estão tendo a previsibilidade necessária para o seu planejamento e isso compromete o serviço na ponta. Nós precisamos que haja uma previsibilidade e que o cronograma de entrega de vacinas seja publicizado e seja cumprido", reforçou o secretário.
Por conta da demora e mudanças de data de entrega no calendário do Ministério da Saúde, André Longo comentou que a autorização para que a Sputnik possa ser adquirida por estados e municípios deveria ser agilizada. "Estados fizeram a aquisição de 37 milhões de doses da Sputnik. Estamos aguardando ansiosamente os resultados da visita da Anvisa ao parque de produção da Sputnik, na Rússia, e que a Anvisa possa se manifestar até o final do mês com relação a importação da Sputnik"