RIO DE JANEIRO

"Não existo sem ele", desabafa mãe de jovem que desapareceu ao entrar por engano em Complexo no Rio

Stanley Pinheiro Fernandes Leite, de 19 anos, estava acompanhado de dois amigos que foram liberados após agressões e extorsão

Stanley Pinheiro Fernandes Leite, de 19 anos, estava acompanhado de dois amigos que foram liberados após agressões e extorsão Stanley Pinheiro Fernandes Leite, de 19 anos, estava acompanhado de dois amigos que foram liberados após agressões e extorsão  - Foto: Reprodução

A família de Stanley Pinheiro Fernandes Leite, de 19 anos, procura pelo jovem, que desapareceu após entrar por engano no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, na última quarta-feira. Ele estava acompanhado de dois amigos, que foram libertados pelos criminosos após agressões e extorsão. No entanto, o rapaz segue desaparecido. Ao GLOBO, a mãe de Stanley, que preferiu não se identificar, conta que ainda tem esperança de encontrar o filho vivo, mas desabafou que não tem conseguido dormir.

"Eu acredito em Deus, então sinto no meu coração que ele está vivo. Ele é a minha vida, não existo sem ele, não vou conseguir sobreviver sem o meu filho. Eu não sei nem se estou vivendo porque eu não durmo, eu não como, me sinto torturada. Sem contar a maldade que estão fazendo com a nossa família ao postarem nas redes sociais que encontraram o corpo dele. O pessoal compartilha fotos de corpos e dizem que é ele, isso é muito cruel, ficamos desesperados" conta a mãe.

De acordo com a mãe, os três amigos estavam de carro e entraram na comunidade por conta de uma sugestão de rota do GPS. Depois da abordagem dos criminosos, os três foram mantidos no interior da comunidade, e foram agredidos. O primeiro a ser liberado, que trabalha como motorista de aplicativo, saiu com o veículo após pagar R$ 600 à organização criminosa. Em seguida, o segundo também recebeu o aval para deixar o Complexo de Israel.

A mãe de Stanley acredita que o filho não foi liberado porque os criminosos vasculharam o celular dele e descobriram que ele mora no Complexo do Chapadão, comunidade dominada por uma facção rival. Desesperada com a situação, a mulher foi ao local, mas recebeu a informação de que ele não estava mais lá.

"É um desespero de mãe, sabe? Eu entrei na comunidade na noite de quarta-feira mesmo, mas ninguém soube me informar onde ele estaria. Um dos meninos voltou até com o braço quebrado, todo machucado. Só quero o meu filho de volta. Acho que podem não ter liberado ele ainda porque viram algo no celular do Stanley sobre onde ele mora. Fico triste porque não posso fazer nada, não temos nada a ver com essa rivalidade entre comunidades e temos que sofrer com isso? É surreal" diz a mãe.

Ainda de acordo com a mãe, Stanley completou o Ensino Médio aos 17 anos e estava buscando emprego. O rapaz já chegou até a se alistar para o Exército, no entanto o seu sonho era viver de música:

"Eu sempre criei o meu filho sozinha e ele tinha uma vida muito fechada. O maior hobbie dele era jogar bola. O Stanley é um menino muito simples, mas muito sonhador. Ele já se alistou pro Exército, mas não deu certo. O sonho dele mesmo era trabalhar com música."

O caso foi registrado na 39ª DP (Pavuna) e encaminhado à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). De acordo com a Polícia Civil, as diligências estão em andamento para localizar a vítima.

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