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Não pode ficar gastando se pode produzir aqui, diz Bolsonaro sobre vacina

Presidente afirmou que está buscando recursos para produzir uma vacina nacional

Presidente da República, Jair BolsonaroPresidente da República, Jair Bolsonaro - Foto: Sérgio Lima/AFP

Depois da demora para começar a imunizar a população contra Covid-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta sexta-feira (29), que está buscando recursos para produzir uma vacina nacional. Para ele, não se pode gastar comprando vacinas quando, segundo o mandatário, é possível fabricar um imunizante aqui.

"Talento não falta no Brasil. Nós temos aqui gente que cada vez mais nos surpreende em todas as áreas. Um [é] até o Marcos Pontes [ministro da Ciência e Tecnologia] que está quase acertando aí. 300 milhões [não especificou a moeda] é grana para burro, não temos orçamento, estamos acertando com uma outra área aí, não vai ser do BNDES, não, fica tranquilo [falou dirigindo-se ao presidente do banco, Gustavo Montezano], fazer a nossa vacina", afirmou.

"Quem diria, né, fazer a nossa vacina. Porque a vacina que está aí pessoal sabe que a data de validade está em torno de seis meses e não pode ficar comprando isso, gastando bastante se pode produzir aqui", afirmou.
 



Hoje, a imunização contra Covid-19 no Brasil está sendo realizada com a Coronavac, vinda da China, e a Oxford/AstraZeneca oriunda da Índia.

O Instituto Butantan ainda aguarda autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para utilizar as doses produzidas em São Paulo.

A fabricação de novos lotes de imunizantes depende da chegada de insumos farmacêuticos que vêm da China.

As declarações de Bolsonaro foram dadas em um discurso em cerimônia com esportistas fechada à imprensa, mas transmitida pelos filhos do chefe do Executivo em suas redes sociais. O evento não aparece na agenda oficial do presidente.

Como a Folha de S.Paulo revelou, o governo Jair Bolsonaro cortou 68,9% da cota de importação de equipamentos e insumos destinados à pesquisa científica. A medida afeta principalmente as ações desenvolvidas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) no combate à pandemia da Covid-19.

Em 2020, o valor foi de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão, em valores de hoje). Para 2021, serão apenas US$ 93,29 milhões (R$ 499,6 milhões).

A cota de importação é um valor total de produtos comprados de outros países, destinados à pesquisa científica, que ficam livres de impostos de importação.

Na noite de quinta-feira (28), o governo admitiu a redução no valor da cota e disse que houve "ruído de informações" e que busca "com urgência" uma solução para o problema orçamentário.

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