'Não queremos uma guerra na América do Sul', diz Lula sobre crise entre Venezuela e Guiana
As tensões escalaram esta semana entre Venezuela e Guiana pela questão de Essequibo, região rica em petróleo e objeto de uma centenária disputa territorial entre esses países
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, nesta quinta-feira (7), sua "crescente preocupação" com a crise entre Venezuela e Guiana, e advertiu que a região não quer uma guerra entre países vizinhos.
"Vamos tratar com muito carinho porque se uma coisa que não queremos aqui na América do Sul é guerra, nós não precisamos de guerra, não precisamos de conflito", disse o presidente durante uma cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro, na qual propôs a mediação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Lula pediu a seus pares da Argentina, Uruguai e Paraguai uma declaração conjunta na cúpula.
"O Mercosul não pode ficar alheio a essa situação", apontou.
As tensões escalaram esta semana entre Venezuela e Guiana pela questão de Essequibo, região rica em petróleo e objeto de uma centenária disputa territorial entre esses países vizinhos.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, propôs uma lei para a "criação da Guiana Essequiba", uma província da região sob administração de Caracas, após o voto afirmativo dado por 95% dos participantes de um referendo consultivo realizado no domingo.
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Na quarta-feira, porém, os dois países concordaram em manter "canais de comunicação", depois de uma conversa entre seus chanceleres por telefone.
"Sugiro que o companheiro presidente da Celac possa tratar do tema com as duas partes", disse Lula. "Caso considerado útil, o Brasil estará à disposição para sediar qualquer e quantas reuniões forem necessárias", acrescentou.
Esta semana, o Exército brasileiro reforçou sua presença na fronteira com a Venezuela e a Guiana.
Os Estados Unidos, por sua vez, anunciaram que realizará exercícios militares na Guiana.
As tensões preocupam a comunidade internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou apoio ao "uso de meios exclusivamente pacíficos para resolver disputas internacionais", indicou seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
O Conselho de Segurança do órgão se reunirá nesta sexta-feira a portas fechadas para discutir o assunto.