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VENEZUELA

'Não sou o candidato de Maduro', insiste opositor venezuelano Rosales

Pronunciamento foi feito após a oposição denunciar travas para inscrever outra candidata

O candidato eleitoral da oposição, Manuel Rosales, fala durante uma conferência de imprensa em Caracas, em 26 de março de 2024O candidato eleitoral da oposição, Manuel Rosales, fala durante uma conferência de imprensa em Caracas, em 26 de março de 2024 - Foto: Federico Parra/AFP

O dirigente venezuelano Manuel Rosales, antigo adversário do falecido Hugo Chávez, negou, nesta quarta-feira (27), que sua candidatura presidencial tenha sido pactuada com o governo de Nicolás Maduro, depois que a oposição denunciou travas para inscrever outra candidata.

"Desataram uma guerra contra mim pelas redes, estão gastando milhões de dólares inventando, caluniando, difamando, que eu sou o candidato de Maduro, que negociei com Maduro", disse Rosales durante um evento em Maracaibo, capital do estado de Zulia (oeste), onde ele voltou a ser eleito governador em 2021.

Rosales, candidato presidencial em 2006, anunciou ontem que inscreveu sua candidatura perto da meia-noite de 25 de março, quando vencia o prazo para registrar candidaturas ao pleito previsto para 28 de julho e nos quais Maduro tentará um terceiro mandato.

O dirigente de 71 anos se inscreveu de última hora com seu partido Um Novo Tempo (UNT), depois que o acesso à plataforma automatizada foi bloqueado para a professora universitária Corina Yoris, indicada por María Corina Machado, ganhadora das prévias realizadas em outubro do ano passado e que não pôde participar por causa de uma inabilitação imposta pela Controladoria, de linha governista.

A Plataforma Unitária Democrática (PUD) acabou inscrevendo "provisoriamente" na terça-feira Edmundo González Urrutia, até que seja definido o candidato único.

"Busquem uma negociação, busquem um candidato ou uma candidata que supere as barreiras e obstáculos do governo. Busquem-no, e eu entrego a candidatura a quem quiser, mas não difamem, não façam uma guerra suja contra o povo da Venezuela, não deixem o povo da Venezuela sem saída", defendeu-se.

"Tive que tomar uma decisão e tomei, era um gesto de responsabilidade: ou deixava o barco à deriva e permitia mais seis anos de Maduro, ou diria à Venezuela que vamos retirar Maduro em 28 de julho pelo voto", garantiu o político a centenas de seguidores.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não se pronunciou sobre o bloqueio denunciado pela PUD.

No total, 13 nomes foram apresentados, incluindo opositores, Maduro, um ex-dirigente eleitoral e nove lideranças que se apresentam como antichavistas, mas que são tachadas pela oposição tradicional de "alacranes [escorpiões em português]", termo usado para apontar "colaboracionistas" da situação.

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