Rio de Janeiro

"Não tem cabimento" bandidos cometerem um crime e resolvê-lo, diz Cappelli antes de encontrar Castro

Secretário-executivo do Ministério da Justiça comentou a notícia de que os corpos de quatro homens suspeitos da execução na Barra da Tijuca terem sido encontrados em dois carros

Ricardo Capelli, representante do Ministério da Justiça e Segurança PúblicaRicardo Capelli, representante do Ministério da Justiça e Segurança Pública - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Horas antes de encontro entre o governador Cláudio Castro e o representante do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli — que é secretário-executivo da pasta — comentou a morte dos médicos no Rio, durante entrevista à GloboNews na manhã desta sexta-feira (6). Ele falava sobre o caso dos médicos mortos na orla da Barra da Tijuca, que teve os suspeitos da execução encontrados mortos dentro de dois carros ainda na última noite.

"O Brasil possui leis, possui regras, tem um estado de direito que precisa e será respeitado. Não tem cabimento a gente dizer que organizações criminosas cometem um crime e elas mesmas resolvem esse crime. A Polícia Federal acompanha as investigações, não só acompanha como colabora, e a gente espera cooperar para a elucidação desse caso o mais rápido possível" disse Ricardo Cappelli, ao ser questionado sobre o desdobramento do caso.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça detalhou, no entanto, que não falará sobre a investigação enquanto ela estiver em curso, para "não atrapalhar". Ele acrescentou que a Polícia Federal colabora com as investigações, por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os médicos Diego Ralf Bonfim, 35, Marcos de Andrade Corsato, 62, e Perseu Ribeiro de Almeida, 33, foram mortos a tiros durante a madrugada desta quinta-feira (5), em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O grupo estava sentado em uma mesa, quando, a 1h da manhã, três homens desceram de um carro e fizeram 33 disparos com pistolas. Perseu teria sido confundido com um miliciano, com quem parece fisicamente.

Além dos três mortos, outra vítima é o também médico Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, que sobreviveu. Ele passou por cirurgia durante a tarde desta quinta-feira e foi transferido para um hospital particular, também na Barra.

Nesta quinta-feira, a cúpula da polícia convocou uma coletiva e, após atraso de mais de uma hora, fez um pronunciamento de seis minutos, sem permitir perguntas da imprensa. Nela, entre os presentes, estavam o recém-empossado secretário de Polícia Civil, José Renato Torres, e o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital, Alexandre Herdy.

Horas depois, ainda na noite desta quinta-feira, os quatro suspeitos da execução foram encontrados mortos em carros. Entre os identificados pela Polícia Civil estão Philip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Soares de Almeida. Os outros dois ainda não tiveram a identidade revelada.

Ricardo Cappelli tem uma reunião marcada com o governador Cláudio Castro ao meio-dia e meia desta sexta-feira, no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio. Há uma semana, outro encontro do representante do Ministério da Justiça com a cúpula de segurança do Rio, quando pouco detalharam sobre as ações de apoio federal à segurança pública do Rio.

Reforço no Rio adiado
Durante a entrevista à GloboNews, o número 2 do Ministério da Justiça também foi questionado sobre como ficou o plano de segurança para o Rio de Janeiro. Na última segunda-feira (2), o ministro Flávio Dino anunciou o envio de mais de 500 homens, somados os reforços da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, medidas adiadas após questionamentos do Ministério Público Federal.

"Nós vamos cooperar com o Rio de Janeiro na Operação Maré, com reforço da Polícia Federal nos portos, nos aeroportos, e com reforço da Polícia Rodoviária Federal nos entroncamentos, nas rodovias federais, e também com a nossa diretoria de inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública" detalhou Cappelli, pontuando a suspensão do envio das forças após "algumas dúvidas" do MPF.

Ele afirmou que fará reuniões com Ministério Público e organizações sociais que atuam na Maré, "para que tudo seja feito de acordo com a lei".

"Nós não vamos fazer nada de forma unilateral, nada de forma atabalhoada. Volto a dizer: não existe solução mágica. As soluções para a Segurança Pública têm que ser construídas entre o poder público, a sociedade civil e o setor privado. Só assim que a gente vai conseguir resolver esse problema" completou Cappelli.

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