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Nasa pronta para voar em direção ao asteroide Psyche

Cientistas pensam que Psyche pode ser o núcleo de um antigo corpo celeste, cuja superfície foi arrancada por impactos de asteroides

Foguete SpaceX Falcon Heavy com a espaçonave Psyche Foguete SpaceX Falcon Heavy com a espaçonave Psyche  - Foto: Chandan Khanna/AFP

A Nasa se prepara para lançar uma missão nesta sexta-feira (13) ao distante asteroide Psyche, um mundo feito de metal até então não treinado, que os cientistas acreditam poder ser o núcleo de um antigo corpo celeste.

A sonda da missão Psyche está programada para decolar às 10h19, horário local (11h19 em Brasília), do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, a bordo de um foguete SpaceX Falcon Heavy.

No entanto, teria apenas 40% de probabilidade de que o clima fosse favorável para a decolagem. Uma nova tentativa poderá ocorrer no sábado (14).

A humanidade já visitou mundos feitos de rocha, gelo, ou gás. Mas “esta será a primeira vez que o fará em um mundo que tem uma superfície metálica”, disse Lindy Elkins-Tanton, gerente científica da missão, em coletiva de imprensa.

A viagem será longa: Psyche está localizada na parte externa do cinturão de asteroides, entre as órbitas de Marte e Júpiter.

A sonda da Nasa percorreu cerca de 3,5 milhões de quilômetros para chegar até lá, provavelmente no verão boreal (hemisfério norte) de 2029.

Graças à luz refletida em sua superfície, os cientistas sabem que Psyche é muito densa e feita de metal, além de algum outro material, talvez rochas. "Não sabemos realmente como é Psyche", explicou a pesquisadora. “Costumo brincar que tem o formato de uma batata, porque as batatas têm vários formatos diferentes, então não estou errada”.

Os cientistas pensam que Psyche, com mais de 200 milhas de comprimento, pode ser o núcleo de um antigo corpo celeste, cuja superfície foi arrancada por impactos de asteroides.

A Terra, como Marte, Vênus e Mercúrio, tem um núcleo metálico. “Nunca veremos esses núcleos, é muito quente e muito profundo”, disse Lindy Elkins-Tanton.

A missão a Psyche é, portanto, "nossa única maneira de ver um núcleo".

Vulcões, rachaduras, crateras?
Psyche se formou há cerca de 4,5 bilhões de anos, no nascimento do nosso sistema solar. É possível que tenha sofrido erupções vulcânicas, cujos restos podem permanecer na forma de antigos fluxos de lava.

Então, quando Psique esfriou, sua contração pode ter causado a formação de enormes rachaduras.

Os cientistas também estão ansiosos para saber como são as crateras de um corpo celeste metálico: o material impulsionado pelo impacto dos asteroides pode ter congelado no ar e formado uma espécie de pontas.

A sonda permanecerá em órbita ao redor de Psique por pouco mais de dois anos para estudá-la, alternando entre diversas altitudes.

Serão utilizados três instrumentos científicos: imagens multiespectrais para fotografá-lo, espectrômetros para determinar sua composição e magnetômetros para medir seu campo magnético.

Para se deslocar, a sonda também utilizará propulsores de efeito Hall, uma novidade nas viagens interplanetárias. Esses motores utilizam a eletricidade fornecida pelos painéis solares da sonda para obter íons de um gás nobre (gás xenônio), acelerados pela passagem por um campo elétrico.

Eles são, então, ejetados em alta velocidade, "cinco vezes mais rápido que o combustível que sai de um foguete convencional", disse David Oh, engenheiro da Nasa. “É o tipo de coisa que vimos em Star Wars e Star Trek, mas hoje estamos tornando o futuro uma realidade”, disse ele.

A missão Psyche também testará um sistema de comunicação a laser, que deverá permitir a transmissão de mais dados do que comunicações por rádio.

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