Náutico: momento de avançar e estrutura
Ainda a celebrar o nosso vigésimo quarto título estadual e o nosso quinto bicampeonato (os outros foram 1950-1951, 1963-1964, 1984-1985 e 2001-2002), o Clube Náutico Capibaribe vive o seu melhor momento em muitos anos. Fizemos quatro finais nos últimos cinco anos, vencendo três, sem falar do campeonato brasileiro da série C em 2019. Além da alegria de comemorar com os nossos familiares e amigos, fica o sentimento de que, efetivamente, deixamos para trás um período difícil de treze anos sem títulos (2005-2017), apesar de que nesse mesmo período estivemos em cinco temporadas na série A do campeonato brasileiro (2006-2008, 2012-2013).
Além dos títulos no futebol profissional masculino e feminino, além do sub-20, é evidente que a reforma para o retorno ao Estádio dos Aflitos, entre 2016-2018, teve um papel fundamental na reafirmação do sentimento alvirrubro. O Náutico é um clube social e poliesportivo, que vai muito além do futebol. A sua sede na Av. Conselheiro Rosa e Silva é motivo de orgulho de muitos e os jogos no nosso Estádio é uma das maiores expressões do que o alvirrubro valoriza.
Instituição alguma chega aos 121 anos viva e altiva por acaso. No caso do Náutico, o seu maior patrimônio é o sentimento que milhões possuem por suas cores, símbolos, história, ídolos, sede e estádio. É verdade que tivemos um período que isso não foi devidamente valorizado, mas esse tempo passou.
Quem conhece o Náutico sabe essa mudança de ambiente apenas foi possível por ter se conseguido uma estabilidade política no CNC. Não usei as palavras unidade ou união de propósito. Obviamente, existem visões diferentes e muitas vezes antagônicas dentro do Clube, mas o que se conseguiu nos últimos anos é que haja um maior respeito entre essas diversas visões e que os dirigentes possam atuar sem maiores resistências. Foi fundamental a atuação do Ex-presidente Edno Melo na estabilidade política do CNC.
Inegavelmente, uma nova geração de dirigentes está a administrar o Clube com uma visão moderna, mas sem esquecer as nossas tradições, ídolos e valores. Cabe aqui destacar que diversos alvirrubros contribuem com a instituição há décadas mesmo que de maneira discreta, a exemplo de Cacá, Eduardo Araújo, Renê Pontes, Américo Pereira, entre outros. É exatamente a sinergia entre os mais jovens e os mais experientes que pode levar o CNC a voltar ter a representatividade no cenário nacional que tivemos no passado.
Acredito que a mudança de postura com uso dos recursos do Clube, evitando o aumento do passivo, a busca pela popularização da nossa torcida - acabar de uma vez com essa falácia de clube de elite -, a valorização das nossas confrarias em Pernambuco, no Brasil e em outros países, o uso da tecnologia para facilitar a vida do associado, a busca constante da melhoria da infraestrutura e dos serviço prestados e estarmos atentos as novas formas de parcerias e captação de recursos devem ser as grandes premissas para tornar a instituição cada vez mais forte.
Igualmente fundamental retornarmos o quanto antes para Série A do campeonato brasileiro. Temos que voltar a sermos um Clube de Série A e não um Clube de Série B, que eventualmente joga a Série A. Voltar a disputar torneios sul-americanos é também fundamental.
Para tanto é indispensável o papel do associado do CNC para avançarmos. Lamento que muitos torcedores que têm condições financeiras e não se associam ao CNC. Hoje é possível fazer isso facilmente pelo celular ou computador. Quem tem compromisso com a instituição deve contribuir com ela. Não se trata de obrigação, mas de um dever.
Acredito que o futuro do CNC será muito promissor. O presidente Diógenes Braga e a sua diretoria merecem o nosso apoio. Que o Conselho do CNC, liderado por Alexandre Carneiro, contribua com a visão de médio e longo prazos fundamentais para o nosso engrandecimento. VIVA O NÁUTICO!
*Conselheiro do Clube Náutico Capibaribe
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