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NASA

Nave da Nasa pronta para colidir com asteroide para desviar sua trajetória

Não se trata de destruir o asteroide, mas de empurrá-lo ligeiramente. A técnica é chamada de impacto cinético

Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA)Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) - Foto: Divulgação/Flickr

A Nasa tentará nesta segunda-feira (26) algo que nunca foi feito antes: desviar a trajetória de um asteroide colidindo uma nave kamikaze contra ele, em um teste de "defesa planetária" que deve proteger melhor a Terra de uma possível ameaça futura. 

A missão de redirecionamento de asteroides DART decolou em novembro da Califórnia. Após 10 meses de viagem, a espaçonave deve atingir o asteroide Dimorphos às 20h14 (horário de Brasília) desta segunda-feira, a uma velocidade superior a 20 mil km/h.

A nave não é maior que um carro e o asteroide tem cerca de 160 metros de diâmetro (metade da altura da Torre Eiffel). 

Ao contrário do que aconteceu nos filmes "Armageddon" e "Não Olhe para Cima", a Dimorphos não representa nenhum perigo para a humanidade: sua órbita ao redor do Sol passa a apenas sete milhões de quilômetros da Terra em seu ponto mais próximo. 

Ainda assim, "é importante fazer isso antes de descobrirmos uma necessidade real", afirmou Andrea Riley, gerente da missão da Nasa.

O momento do impacto promete ser espetacular e pode ser acompanhado ao vivo pelo canal da agência espacial americana. 

Não se trata de destruir o asteroide, mas de empurrá-lo ligeiramente. A técnica é chamada de impacto cinético

Dimorphos é na verdade o satélite de um asteroide maior, Didymos (780 metros de diâmetro), que completa sua órbita em 11 horas e 55 minutos. O objetivo é reduzir a órbita de Dimorphos em torno de Didymos em cerca de dez minutos.

Essa mudança pode ser medida com telescópios na Terra, observando a variação de brilho quando o pequeno asteroide passa na frente do grande. 

O objetivo pode parecer modesto, mas esse teste é crucial para o futuro. 

A intenção é entender melhor como reagirá o Dimorphos, representativo de uma população de asteroides bastante comuns, cuja composição exata não é conhecida. O efeito do impacto dependerá em grande parte da sua porosidade, ou seja, se é mais ou menos compacto.

Um quadro por segundo

Para atingir um objetivo tão pequeno, a nave se dirigirá de forma autônoma nas últimas quatro horas, como um míssil autoguiado. 

Sua câmera, chamada DRACO, fará no último momento todas as imagens do asteroide, cuja forma (redonda, oblonga etc) ainda é desconhecida. Fará isso a um ritmo de um quadro por segundo, visível ao vivo na Terra com um atraso de apenas cerca de 45 segundos. 

"Começará como um pequeno ponto de luz e, eventualmente, se expandirá e preencherá todo o campo de visão", explicou Nancy Chabot, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (APL), onde o centro de controle está localizado. 

"Essas imagens continuarão chegando, até que parem", acrescentou, referindo-se ao momento da explosão.

Três minutos depois, um satélite do tamanho de uma caixa de sapatos, chamado LICIACube e lançado pelo DART há alguns dias, passará a 55 quilômetros do asteroide para capturar imagens da colisão, que serão enviadas de volta à Terra nas próximas semanas e meses. 

O evento também será observado pelos Telescópios Espaciais Hubble e James Webb, que devem ser capazes de detectar uma brilhante nuvem de poeira. 

Em seguida, a sonda europeia HERA, que decolará em 2024, observará Dimorphos de perto em 2026 para avaliar as consequências do impacto e calcular, pela primeira vez, a massa do asteroide.

Poucos asteroides conhecidos são considerados potencialmente perigosos e nenhum será nos próximos 100 anos.

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