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Conflito

Navio é atingido por projétil no Mar Vermelho, enquanto EUA ampliam ofensiva contra os houthis

Embarcação foi atacada perto da costa do Iêmen e sofreu pequenos danos; Exército americano anuncia apreensão de armas supostamente enviadas pelo Irã

Navio da Guarda Costeira dos EUA aborda navio que supostamente levava armas iranianas para os houthis no Iêmen Navio da Guarda Costeira dos EUA aborda navio que supostamente levava armas iranianas para os houthis no Iêmen  - Foto: Comando Militar Central dos EUA / AFP

Uma explosão foi registrada perto de uma embarcação na costa do Iêmen nesta quinta-feira, de acordo com relatos da agência britânica de comércio marítimo e de uma empresa de segurança privada. Apesar do incidente ter causado pequenas avarias, ele ressalta os riscos ainda presentes na área, onde a milícia houthi tem realizado ataques em série contra navios mercantes e militares.

Em um alerta publicado na tarde desta quinta-feira, as Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido, um serviço ligado à Marinha britânica, apontaram que houve uma “explosão a curta distância” de uma embarcação comercial, mas que a tripulação estava bem e que ela seria levada a um porto seguro nas redondezas.

A empresa de segurança Ambrey afirmou, em comunicado, que a explosão foi causada por um “projétil” lançado quando o navio trafegava perto da cidade portuária de Áden, na costa iemenita. Segundo a companhia, estilhaços atingiram um gerador a diesel, “levando a um vazamento de combustível” localizado.

Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, mas as suspeitas recaem sobre a milícia houthi, apoiada pelo Irã e que desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas em Gaza vem atacando navios que passam pelo Mar Vermelho. A milícia afirma que essa é uma forma de demonstrar apoio aos palestinos, e declara que suspenderá os ataques assim que for declarado um cessar-fogo em Gaza.

Desde outubro, dezenas de navios foram atacados na região, incluindo uma embarcação que foi invadida pelos milicianos — com tantos impactos econômicos e de segurança regional, o governo americano e países aliados criaram, no fim do ano passado, uma força naval para tentar proteger essa que é uma das principais rotas comerciais do planeta.

Estima-se que 12% do comércio global passem pela área, mas segundo a Conferência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento, o tráfego na região caiu cerca de 40% nos últimos dois meses, com muitos navios preferindo a rota que margeia a África.

Além das missões navais, EUA e Reino Unido realizam bombardeios contra posições dos houthis dentro do Iêmen, país que há quase uma década está mergulhado em uma brutal guerra civil. De acordo com o Comando Militar Central dos EUA, ataques pontuais destruíram, nesta quinta-feira, mísseis e drones que seriam lançados pelos houthis.

As ações foram confirmadas pelo líder da milícia, Abdul Malik al-Houthi — em um discurso, ele disse que os bombardeios não vão impedir ataques contra navios considerados “hostis”, e fez um alerta aos países da União Europeia para que evitassem o confronto com o grupo.

— Os países europeus não devem ouvir os americanos ou os britânicos, e não devem se envolver em assuntos que não lhes dizem respeito ou não os afetam — disse al-Houthi.

Também nesta quinta-feira, o Comando Militar Central americano anunciou a interceptação, no Mar da Arábia, de uma carga de armas, contendo mísseis, explosivos, componentes de drones navais, equipamento de comunicação e peças usadas em mísseis antitanque.

A abordagem aconteceu no final de janeiro, mas só foi revelada agora. Segundo os militares dos EUA, a carga partiu do Irã e tinha como destino áreas controladas pelos houthis, grupo que é apoiado pelo Irã, inclusive militarmente.

— Esse é mais um exemplo da atividade maligna do Irã na região — disse o general Michael Erik Kurilla, comandante do Comando Militar Central. — Seu suprimento contínuo de armas convencionais avançadas para os houthis é uma violação direta às leis internacionais e continua a minar a segurança da navegação internacional e ao livre fluxo de comércio.

Para Washington, os houthis são apenas um dos braços usados pelo Irã para atacar forças dos EUA e aliados no Oriente Médio, evitando um conflito direto entre os dois lados. No Iraque e Síria, grupos pró-Teerã, alguns com grande influência nos governos locais, realizam ações recorrentes, incluindo uma que, no mês passado, matou três militares americanos na Jordânia. Teerã também é acusada de fornecer armamentos para o Hezbollah, no Líbano, um grupo que desde o início da guerra mantém um conflito de média intensidade com Israel, com lançamentos frequentes de projéteis e foguetes.

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