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ONU

Negociações sobre as finanças do clima não determinam valores concretos, diz rascunho

Os países doadores ricos, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, concordaram em manter o financiamento, mas rejeitaram demandas acima de 1 trilhão de dólares anuais

Esta foto tirada em 9 de dezembro de 2023 mostra veículos preparando terreno para novos painéis solares na Nova Base de Energia do Deserto de Ningxia Tengger, na região de Ningxia, norte da ChinaEsta foto tirada em 9 de dezembro de 2023 mostra veículos preparando terreno para novos painéis solares na Nova Base de Energia do Deserto de Ningxia Tengger, na região de Ningxia, norte da China - Foto: AFP

O mais recente rascunho de um acordo climático da ONU, publicado nesta terça-feira (15), reduz as opções para aumentar o financiamento aos países mais pobres e deixa sem solução a espinhosa questão de quanto deveriam receber.

As quase 200 nações convocadas para a COP29, em novembro, em Baku, tentam definir uma nova meta de financiamento para substituir os 100 bilhões de dólares anuais (563 bilhões de reais na cotação atual) que os países ricos prometeram para ajudar o mundo em desenvolvimento a enfrentar o aquecimento global.

Essa meta expira em 2025 e é considerada muito abaixo do que as nações mais vulneráveis ao clima precisam para se preparar para o futuro e reduzir suas próprias emissões que provocam o aquecimento do planeta.

Os países doadores ricos, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, concordaram em manter o financiamento, mas rejeitaram demandas acima de 1 trilhão de dólares anuais (5,63 trilhões de reais).

Ainda não fizeram uma oferta, mas o Azerbaijão, anfitrião da COP29, indicou na segunda-feira que bilhões de dólares em dinheiro público seriam uma meta "realista".

O último projeto do acordo de financiamento, publicado pela secretaria da ONU para o clima, refina uma versão anterior ao propor três caminhos diferentes, mas deixa muitos aspectos sem solução.

A primeira opção apresenta o acordo buscado pelos países em desenvolvimento: que os países ricos e industrializados, os maiores responsáveis pela mudança climática, paguem com os seus orçamentos.

Isto envolveria pagamentos anuais de até 2 trilhões de dólares por ano (11 trilhões de reais) em "termos equivalentes a subvenções" por um período indeterminado, segundo o rascunho.

A segunda opção "incentiva" outros países a dividirem o fardo, uma exigência fundamental dos países desenvolvidos, especialmente aqueles que enfrentam pressões políticas e orçamentárias internas. Esta proposta exige a contribuição de "todas as fontes" de financiamento, públicas e privadas.

A terceira opção propõe uma mistura das duas anteriores.

A questão de quanto os países ricos estão realmente dispostos a pagar – nenhum valor concreto foi apresentado durante meses de longas negociações – permanece em aberto.

A UE, o maior contribuinte para o financiamento climático, anunciou sua posição para a COP29 na segunda-feira, mas não propôs um montante.

No entanto, observou que "o financiamento público por si só não pode fornecer os níveis de financiamento necessários" e que o investimento privado terá de constituir a maior parte.

O Azerbaijão sediará a cúpula COP29 entre 11 e 22 de novembro em Baku.

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