Nepal introduz pela primeira vez o terceiro gênero no censo
O Nepal possui algumas das leis mais progressistas do sul da Ásia sobre homossexualidade e direitos de pessoas trans
O Nepal introduziu pela primeira vez o terceiro gênero em seu censo, uma medida que a comunidade LGBTQIA+ da nação do Himalaia espera que lhes forneça mais direitos.
Funcionários do Escritório Central de Estatísticas visitaram casas em todo o país, de 30 milhões de habitantes, desde sábado passado, fornecendo aos entrevistados a opção de escolherem a menção "outros" como gênero, além das opções "homem" e "mulher".
O Nepal possui algumas das leis mais progressistas do sul da Ásia sobre homossexualidade e direitos de pessoas trans, após reformas históricas aprovadas em 2007, que proíbem qualquer discriminação por gênero ou orientação sexual.
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Em 2013, introduziu um terceiro grupo de gênero nos documentos de cidadania e o Nepal começou a emitir passaportes com a opção "outros" dois anos depois.
No entanto, os ativistas dos direitos dos homossexuais e transexuais nepaleses afirmam que a comunidade LGBTQIA+, estimada em cerca de 900.000 pessoas, ainda sofre discriminações, principalmente no trabalho, sistema de saúde e educação.
Os militantes LGBTQIA+ denunciam que a falta de dados dificulta o acesso a benefícios aos quais têm direito.
"Quando houver dados após o censo, poderemos usá-los como prova para pressionarmos a favor de nossos direitos. Poderemos levantar demandas proporcionais à dimensão (da nossa comunidade) na população", destacou Pinky Gurung, presidente do grupo de direitos LGBTQIA+ Blue Diamond Society.
No entanto, entre as mais de 70 perguntas que integram o formulário do censo, há apenas uma relacionada ao gênero, o que leva seus críticos a afirmarem que os resultados ainda serão limitados.