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Guerra

Netanyahu afirma que Israel "eliminou o substituto de Nasrallah", ex-líder do movimento Hezbollah

Premier também pediu aos libaneses que 'salvem' o seu país libertando-o do grupo xiita

Primeiro-ministro israelense Benjamin NetanyahuPrimeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu - Foto: Christophe Ena / POOL / AFP

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em mensagem de vídeo endereçada aos libaneses nesta terça-feira que Israel "eliminou" os substitutos de Hassan Nasrallah na liderança do Hezbollah, pedindo que "salvem" o país do grupo xiita, ou haverá "destruição e sofrimento como vemos em Gaza".

Nasrallah foi morto em 27 de setembro em um ataque israelense nos subúrbios do sul de Beirute.

Desde então, o movimento islamista não nomeou oficialmente um novo ocupante do cargo, embora muitos apontem como sucessor Hashem Safieddine, alvo de um bombardeio na capital libanesa, embora a informação sobre sua suposta morte não tenha sido confirmada pelo grupo.

— Eliminamos [Hassan] Nasrallah, o substituto de Nasrallah e o substituto do seu substituto — disse Netanyahu.

O premier acrescentou que o Líbano "costumava ser conhecido por sua tolerância, mas agora é um lugar de caos e guerra, porque uma gangue de tiranos e terroristas o arruinou".

Primo de Hassan Nasrallah, Safieddine é chefe do Conselho Executivo do Hezbollah, e considerado o número dois na hierarquia do Hezbollah. Desde 2017, seu nome está na lista de acusados de terrorismo, elaborada pelo Departamento de Estado dos EUA.

Apesar se ser visto como o favorito para liderar a organização, o próprio Hezbollah negou recentemente que ele tenha sido confirmado no posto.

Segundo uma fonte do Hezbollah, que falou à AFP em anonimato no sábado, o contato com o possível sucessor "se perdeu" desde os bombardeios israelenses da semana passada na periferia de Beirute. Safieddine estava com "o diretor de inteligência do Hezbollah", conhecido como Hajj Murtada, no momento do ataque, acrescentou uma segunda fonte anônima.

Depois de enfraquecer o Hamas em sua ofensiva na Faixa de Gaza, iniciada após o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, o Exército israelense transferiu recentemente a maior parte das suas operações para o Líbano para combater o Hezbollah, que diz agir em apoio aos palestinos.

Israel, por sua vez, afirma querer afastar os combatentes xiitas de suas zonas fronteiriças, reduzir as hostilidades e permitir que cerca de 60 mil habitantes que fugiram da violência no norte voltem para casa.

Desde então, o Líbano tem sido alvo de múltiplos ataques israelenses, numa ofensiva considerada a mais intensa fora de Gaza nos últimos 20 anos, segundo o grupo de monitoramento de conflitos Airwars. O número de mortos nos bombardeios no país desde outubro já ultrapassa os 2 mil, segundo o Ministério da Saúde libanês.

Desse total, pelo menos 1.110 morreram desde o último dia 23, quando Israel lançou uma onda de ataques contra redutos do Hezbollah no Líbano. No dia 17 e 18, uma explosão de pagers e walkie-talkies atribuída ao Estado judeu matou 37.

A escalada também já levou ao deslocamento em massa no Líbano, que já teve um quinto de sua população deslocada.

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