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GUERRA

Netanyahu critica EUA pelo que diz ser uma "dramática" redução de envio de armas a Israel

País norte-americano é o principal fornecedor de armas ao Estado israelense, mas a seis meses das eleições, Biden tem se tornado cada vez mais crítico em relação à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza

Benjamin NetanyahuBenjamin Netanyahu - Foto: Amir Cohen/AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, repetiu as alegações de que os Estados Unidos têm atrasado o envio de armamentos, mas disse que espera que o problema seja logo resolvido, enquanto seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, se dirige a Washington para negociações nesta semana.

Netanyahu afirmou que, embora os Estados Unidos tenham apoiado Israel desde o início da guerra contra o Hamas, houve uma "diminuição dramática" no fornecimento de munições, o que começou há quatro meses.

"Recorremos aos nossos amigos americanos e solicitamos que os envios fossem acelerados. Fizemos isso repetidamente. Fizemos isso nos mais altos níveis e em todos os níveis, e quero enfatizar: fizemos isso a portas fechadas", disse Netanyahu em uma reunião de gabinete no domingo, conforme comunicado de seu escritório. "Recebemos todo tipo de explicações, mas uma coisa não recebemos. A situação básica não mudou", disse o primeiro-ministro, acrescentando que finalmente decidiu tornar o problema público.

Netanyahu divulgou um comunicado em vídeo em inglês na semana passada afirmando que os EUA estavam atrasando o envio de armas e munições. Ele disse no X (antigo Twitter) que não iria desistir dos "meios necessários" para os combatentes israelenses. A Casa Branca negou que as armas estivessem sendo retidas.

A seis meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos, a administração de Joe Biden tem se tornado cada vez mais crítica em relação à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, cerca de 37.000 pessoas morreram na guerra que iniciou no dia 7 de outubro do ano passado, entre civis e combatentes.

Enquanto os combates continuam em Gaza, Israel também enfrenta um conflito crescente contra as forças do Hezbollah, apoiadas pelo Irã, no Líbano, que lançaram milhares de foguetes e drones explosivos no norte de Israel em apoio ao Hamas.

Em um comunicado no domingo, Netanyahu reiterou sua resistência em encerrar a guerra em Gaza, uma das condições do Hezbollah para a desescalada no conflito, enquanto o Hamas permanecer no poder.

O enviado dos Estados Unidos, Amos Hochstein, viajou ao Oriente Médio na semana passada na tentativa de amenizar as tensões entre Israel e o Hezbollah, que ameaçam se transformar em uma guerra em grande escala. Hochstein disse, em resposta às acusações de Netanyahu, que seus comentários eram "improdutivos" e, "mais importante ainda, completamente falsos".

Gallant, o chefe da defesa de Israel, está programado para se reunir com o Secretário de Defesa Lloyd Austin e o Secretário de Estado Antony Blinken para discutir as operações necessárias para alcançar os objetivos de Israel na guerra contra o Hamas, afirmou seu gabinete em comunicado. Isso inclui o retorno dos reféns mantidos em Gaza e medidas necessárias para alcançar a estabilidade regional.

Neste domingo, o parlamentar israelense Amit Halevi, membro do Comitê de Relações Exteriores e Defesa do parlamento, disse em uma entrevista de rádio que os atrasos nas entregas de armas dos Estados Unidos têm ocorrido há meses.

Halevi, membro do partido Likud, de direita, de Netanyahu, afirmou que os envios não fazem parte do pacote de ajuda militar dos Estados Unidos, mas são compras regulares de armas que Israel já pagou. O país norte-americano é o maior fornecedor de armas de Israel.

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O gabinete de Gallant disse que ele "levantará as áreas únicas de cooperação entre os estabelecimentos de defesa dos Estados Unidos e de Israel, com ênfase nos esforços de fortalecimento de forças e projeção de poder, mantendo a vantagem qualitativa de Israel na região", possivelmente referindo-se aos envios de armas em disputa.

O chefe da defesa planeja discutir os desenvolvimentos em Gaza e no Líbano, incluindo a transição para a "Fase C" na guerra contra o Hamas. Gallant afirmou anteriormente que a terceira fase da guerra seria a criação de um novo regime de segurança em Gaza.

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