Incêndio

Névoa causada por incêndios no Canadá se espalha para Groenlândia e Islândia e deve atingir Noruega

País registrou mais de 400 focos de incêndio ativos e 3,8 milhões de hectares foram destruídos, uma área 15 vezes maior do que o esperado para a temporada de queimadas

Moradores de Nova York, nos EUA, usam máscaras para se proteger de névoa após queimadas no Canadá Moradores de Nova York, nos EUA, usam máscaras para se proteger de névoa após queimadas no Canadá  - Foto: Divulgação

Depois de se alastrar pelos Estados Unidos e atingir dezenas de cidades, a névoa alaranjada causada por centenas de incêndios florestais no Canadá, chegou ao estado dinamarquês da Groenlândia e na Islândia nesta quinta-feira, e deve atingir a Noruega, no norte da Europa.

Dos mais de 400 focos de incêndio no Canadá, mais de um terço está em Quebec, que registrou a pior temporada de incêndios florestais já registrada.

“Podemos ver alguma névoa ou sentir o cheiro de fumaça”, disse Nikolaos Evangeliou, cientista sênior do Instituto de Pesquisas Climáticas e Ambientais da Noruega, em comunicado. “No entanto, não acreditamos que o número de partículas no ar aqui seja grande o suficiente para ser prejudicial à nossa saúde.”

Segundo as previsões atuais, a névoa chegará fraca à Europa nos próximos dias.

— No entanto, se esses incêndios continuarem a gerar mais fumaça todos os dias, a situação pode piorar. Anda assim, a probabilidade de haver algum efeito sério na qualidade do ar na Europa é baixa — disse o cientista.

Por causa da fumaça tóxica, proveniente do fogo, que atinge metade do território dos EUA, o governo do estado de Nova York começou a distribuir um milhão de máscaras do modelo N95 para a população.

A visibilidade limitada causada pela nuvem de fumaça também fez com que a Administração Federal de Aviação dos EUA interrompesse ou reduzisse os voos para alguns dos maiores aeroportos do país.

A governadora Kathy Hochul disse nesta quinta-feira que o Canadá aceitou a oferta do estado de enviar bombeiros estaduais a Quebec.

A prefeita de Washington, Muriel Bowser, onde a qualidade do ar permanece “muito insalubre”, anunciou uma lista de fechamentos e adiamentos. Todos os parques, campos e espaços abertos da cidade foram fechados. A prefeitura também suspendeu a pavimentação de ruas e adiou a coleta de lixo e reciclagem.

O Canadá amanheceu na quarta-feira quase totalmente coberto por uma nuvem cinza após as florestas do leste do país registrarem mais de 400 focos de incêndio. Até o momento, 3,8 milhões de hectares foram destruídos — área 15 vezes maior do que o esperado para o período.

Para especialistas ouvidos pelo Globo, o cenário representa um enorme risco à saúde pública e as suas consequências para o meio ambiente pode perdurar décadas.

As partículas de fumaça e fuligem que se depositam em superfícies cobertas de gelo e neve, como o manto de gelo da Groenlândia, também podem tornar a superfície mais escura, fazendo com que ela absorva a radiação solar e, assim, contribua para o aquecimento da atmosfera.

Apesar de ser apenas o início da temporada de queimadas no Canadá, cujo auge ocorre nos meses de julho e agosto, o número alarmante de incêndios tem preocupado as autoridades. Nos seis primeiros meses do ano, o país já registrou o quarto maior volume de incêndios desta década.

Segundo o Ministério de Recursos Naturais canadense, o número de hectares queimados apenas em 2023 é 14 vezes a média vista nos últimos dez anos.

— É realmente um ano excepcional — disse Josée Poitras, porta-voz da agência de prevenção de incêndios florestais de Quebec. 

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