Neymar se pronuncia sobre racismo após receber críticas
A publicação faz parte de uma ação que internautas criaram nas últimas horas, como forma de protesto aos casos de racismo nos Estados Unidos, Brasil e em todo o mundo
O jogador Neymar, 28, usou seu perfil no Instagram nesta terça-feira (2) para publicar uma imagem toda preta com a legenda "Black Lives Matter" ("vidas negras importam", em inglês). A publicação faz parte de uma ação que internautas criaram nas últimas horas, como forma de protesto aos casos de racismo nos Estados Unidos, Brasil e em todo o mundo. Celebridades como Ludmilla, Gabi Martins, Rafael Zulu, Leo Santana e Thiaguinho comentaram na publicação do jogador, em apoio.
O posicionamento de Neymar acontece após ele ter sido cobrado nas redes sociais, tanto por internautas, quanto pelo influenciador digital Felipe Neto, para falar sobre o racismo."Vidas negras importam. Mas nem todo mundo se importa", escreveu Neto em um tuíte nesta segunda (1º) que mostrava as publicações mais recentes de Neymar. Nenhuma delas fazia qualquer menção aos protestos recentes no Brasil e Estados Unidos.
Em seguida, ele apagou o tuíte porque recebeu mensagens de integrantes do movimento negro, mostrando que "um branco não deve cobrar de um negro sobre pautas racistas". "De fato, não é meu papel cobrar o Neymar sobre isso. Vou seguir tentando ajudar, aprendendo e corrigindo quando errar."
Na sequência, Neto disse que "isso não muda o fato de eu condenar o silêncio do jogador, que é, disparado, o maior influenciador digital brasileiro no mundo, mas que se silencia a respeito de quase todas as pautas humanitárias e sociais que assolam seu país de origem e se espalham pelo planeta".
"Contudo, entendi que o papel de cobrar posicionamento do Neymar acerca de pautas que envolvem o racismo não cabe a um branco. Continuarei cobrando quando o assunto for Amazônia, fascismo e opressão, coisas que ele sempre se manteve calado", conclui. Neymar não se manifestou publicamente até a finalização deste texto.
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Os atos antirracistas começaram como manifestações pacíficas depois que um homem negro desarmado, George Floyd, morreu sufocado por um policial branco, que ajoelhou sobre o pescoço dele, no chão, em Minneapolis (EUA).
A medida que as manifestações se alastraram pelo país, no entanto, inúmeros embates entre policiais e manifestantes passaram a ser registrados, e lojas foram incendiadas e saqueadas. Além da capital, Washington, pelo menos 40 cidades americanas decretaram toques de recolher, o que não impediu milhares de manifestantes de voltarem às ruas em meio à pandemia de coronavírus.
Pessoas do mundo todo se comoveram diante da morte de Floyd, e muitos artistas brasileiros publicaram mensagens contra o racismo. Vários deles relembraram a morte do brasileiro João Pedro Matos Pinto, 14, que morreu em casa há duas semanas, após levar um tiro durante uma operação da Polícia Federal com apoio das polícias Civil e Militar fluminenses no Complexo do Salgueiro.