RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

Nicarágua rompe relações com Equador após invasão à embaixada mexicana em Quito

Governo de Daniel Ortega manifestou solidariedade ao México e recordou que já havia retirado seu embaixador de Quito em 2020

Daniel Ortega, presidente da NicaráguaDaniel Ortega, presidente da Nicarágua - Foto: AFP

O governo da Nicarágua anunciou neste sábado o rompimento de “todas as relações diplomáticas” com o Equador. A medida ocorre um dia após a invasão policial à embaixada mexicana em Quito, que culminou na prisão do ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, e em meio à condenação internacional do episódio. O presidente do México, López Obrador, também rompeu relações diplomáticas com o país.

“Diante da ação inusitada e condenável [do Equador, manifestamos] nossa rejeição contundente, enfática e irrevogável, que convertemos em nossa Decisão Soberana de romper todas as relações diplomáticas com o governo equatoriano” disse o governo do presidente Daniel Ortega.

 

Com essa decisão, Manágua envia um sinal ao Panamá: o ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli (2009-2014) está refugiado há dois meses na embaixada da Nicarágua na Cidade do Panamá para escapar de uma pena de quase 11 anos prisão por lavagem de dinheiro.

Após a confirmação de sua condenação, Martinelli foi inabilitado pela Justiça Eleitoral para ser candidato presidencial nas eleições de 5 de maio, quando liderava as pesquisas de intenção de voto.

Neste sábado, o governo de Ortega manifestou sua solidariedade ao México e recordou que retirou seu embaixador de Quito em 2020, após o governo equatoriano ter retirado o refúgio do australiano Julian Assange na sua embaixada em Londres. Fundador do Wikileaks, Assange é acusado de espionagem pelos Estados Unidos pelo vazamento em massa de documentos confidenciais, especialmente sobre a Guerra do Iraque, e o consideram uma ameaça pública.

A invasão da embaixada mexicana ocasionou forte reação dos países vizinhos, que a condenaram a ação. Para o presidente do México, o ocorrido foi “uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México”. O entendimento é semelhante ao de outros líderes e especialistas ouvidos pela imprensa internacional, que classificaram o caso como “um escândalo mundial”.

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