Nicolas Puech, herdeiro da Hermès que planeja adotar jardineiro para deixar herança bilionária
Descendente de quinta geração Hermès e primeiro acionista da empresa, Nicolas Puech tem fortuna estimada em mais de R$ 50 bilhões
Aos 80 anos, Nicolas Puech é descendente da quinta geração familiar do empresário francês Thierry Hermès, fundador da Hermès, em 1837. Atualmente, a empresa fatura € 11,6 bilhões (R$ 61,3 bilhões) anualmente e vale € 202 bilhões (R$ 1 trilhão) na bolsa de valores.
Nesta semana, a imprensa europeia anunciou que o bilionário com fortuna estimada em R$ 56 bi quer adotar um jardineiro de 51 anos para legalizá-lo como herdeiro.
A notícia modifica um padrão estabelecido desde a fundação da empresa, que encheu sucessivas gerações da família de prosperidade durante décadas, sem atrair atenção. No entanto, agora, o herdeiro Nicolas Puech, que é solteiro e sem filhos, decidiu iniciar os trâmites legais para que o funcionário quebre o ciclo de séculos.
Quem é Nicolas Puech, herdeiro da Hermès?
Puech aposentou-se do conselho de administração da lendária marca de moda em 2014, mas ainda mantém 5,7% das ações da empresa. Na verdade, no início da década de 2010, a empresa LVMH tentou assumir o controle da empresa, mas os herdeiros da família fundadora decidiram criar uma holding para bloquear a aquisição. Puech foi o único que não aderiu. Portanto, é, também, o único que mantém suas ações.
Graças às ações, tem uma fortuna estimada entre 9 e 10 bilhões de francos suíços (de € 9 a € 10,6 bilhões), o equivalente a cerca de R$ 56.007.220.000, segundo a classificação da revista Bilan. Isso o torna um dos homens mais ricos da Suíça, onde reside atualmente, em uma luxuosa mansão em La Fouly, município de 66 habitantes.
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Quem é o jardineiro de Nicolas Puech?
Agora, sua intenção é que toda essa fortuna passe para as mãos de seu “ex-jardineiro e faz-tudo”, cuja identidade é desconhecida, mas sabe-se que se trata de um homem de 51 anos “de uma modesta família marroquina”, segundo o Tribune de Genève.
Os meios de comunicação suíços revelaram no dia 1º de dezembro que, dada a sua idade avançada e falta de descendência, o magnata enviou uma carta ao seu advogado em outubro de 2022 para colocar em ordem a sua situação hereditária.
Nela, pediu a realização de uma adoção para dar sua fortuna ao jardineiro, que é casado com uma espanhola e pai de dois filhos. “Na Suíça, adotar um adulto não é impossível, mas é incomum”, alertou o Tribune de Genéve . O procedimento, segundo informações, ainda está em andamento, mas se for bem-sucedido o beneficiário poderá herdar “pelo menos metade” de sua fortuna.
Mesmo assim, a adoção não é o principal obstáculo aos desejos de Puech. Aparentemente, ele próprio assinou um pacto de sucessão em 2011 com a Fundação Isócrates, com sede em Genebra, para lhes doar a fortuna após a sua morte. No entanto, em uma nota manuscrita datada de fevereiro de 2023, consultada pelo jornal suíço, o bilionário fez uma “mudança de rumo” e explicou que “pretende fazer outros arranjos testamentários”, sem especificar as causas da mudança de opinião.
Quando a AFP entrou em contato com a fundação, dedicada à proteção e promoção do debate público através de projetos de combate à desinformação, eles disseram ter acabado de tomar conhecimento do desejo do seu até recentemente presidente de anular o acordo de sucessão, mas desconhecia qualquer acordo alternativo.
Ao tomar conhecimento dos novos planos do herdeiro Hermès, o secretário-geral da fundação, Nicolas Borsinger, comentou em entrevista à mídia suíça que era uma “anulação repentina e unilateral de um pacto de sucessão, realizada graças a um ato que deve ser considerado nulo.” A fundação lamenta que “as suas atividades de utilidade pública” estejam “ameaçadas na sua sustentabilidade” por circunstâncias “que estão completamente fora do seu controle”.
Enquanto isso, o jardineiro de Puech permanece calado, no anonimato e cada vez mais perto de se tornar multimilionário. Segundo números publicados pelo jornal italiano Corriere della Sera , conseguirá arrecadar cerca de € 40 milhões (R$ 211,5 milhões) por ano só em dividendos.