Retropectiva 2020

No ano em que um vírus desafia a humanidade, relembre os fatos que marcaram 2020

Retrospectiva 2020Retrospectiva 2020 - Foto: Arte Folha de Pernambuco

Com 2021 pedindo passagem, é hora de recordar os acontecimentos de 2020, um dos mais atípicos e desafiadores anos para a humanidade. A pandemia do novo coronavírus tem sido responsável por milhares de mortes nos quatro cantos do globo. Para conter seu avanço, o mundo presenciou uma corrida intensa da ciência em busca da vacina, estabelecendo limites de convivência que impuseram enormes dificuldades e necessidade de reinvenção para diversos setores. A Folha de Pernambuco separou os fatos mais marcantes do ano, em cada editoria (confira os links abaixo do texto).

Diante da explosão de novos casos e com a escalada de mortes provocadas pelo colapso dos sistemas de saúde em todo o planeta, a ciência desenvolveu em tempo recorde diversas vacinas já liberadas para imunização em massa em muitos países. No Brasil, o assunto virou o centro de uma disputa política entre o Governo Federal e governadores. Além disso, a demora de se estabelecer um Plano Nacional de Vacinação e a falta de planejamento atrasam o início da imunização. Enquanto isso, o país se aproxima de 200 mil mortos pela Covid-19.

Na Economia, pela necessidade de isolamento social, medidas restritivas e a paralisação das atividades econômicas como comércio, turismo, indústria e serviços, o Brasil sofreu com a queda no PIB e a explosão do desemprego. A inflação e alta do dólar também marcaram negativamente o ano. O auxílio emergencial foi a tábua de salvação de trabalhadores que ficaram sem renda e um respiro para diversos setores econômicos.

Mas nem tudo foi má notícia em 2020. Foi destaque, a modernização do sistema de transferência bancária no país e o desenvolvimento do home office e de novas tecnologias para o trabalho remoto.

A Política também precisou se adaptar à pandemia da Covid-19. As eleições municipais foram adiadas e a campanha ganhou novo formato. O calendário eleitoral foi alterado, e o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco proibiu carreatas, passeatas e aglomerações. No Recife, João Campos manteve o PSB no comando da Prefeitura por mais quatro anos. Em todo o Brasil, municípios elegeram seus representantes, com hegemonia dos partidos de Centro. Na Assembleia Legistlativa de Pernambuco (Alepe), Eriberto Medeiros viabilizou mais um mandato.

No âmbito nacional, destaque para o rompimento do presidente Bolsonaro com seu agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deflagrando uma crise que o fez bater de frente com Legislativo e o Judiciário.

Em atitudes e declarações, o presidente insistiu em subestimar a pandemia e incentivar o negacionismo, que já cresce no País, sobretudo em relação à vacina. Negacionismo que contrasta com a tradição das campanhas de imunização do Brasil, com histórico de ser referência no mundo.

Um dos setores mais afetados pela pandemia foi o setor da Cultura, que precisou ser reinventado. Sem festejos juninos, natalinos, festivais e shows, as lives ganharam força e se tornaram alternativa para os cancelamentos de eventos presenciais. Teatro e cinema também seguiram o mesmo caminho das transmissões ao vivo e o streamming ganhou ainda mais protagonismo com lançamentos de filmes.

A Lei Aldir Blanc, mesmo com atraso, socorreu artistas, produtores e trabalhadores da cultura. O nome do auxílio homenageou o célebre compositor brasileiro que foi mais uma das vítimas fatais da Covid-19, que ceifou diversos outros artistas, em meio aos brasileiros anônimos.

Mas 2020 também reservou boas notícias para a cultura pernambucana. A escritora pernambucana Cida Pedrosa foi consagrada com o Prêmio Jabuti de Poesia e Livro do ano e o Teatro do Parque foi finalmente entregue de volta aos recifenses depois de uma década fechado.

O Cotidiano em Pernambuco neste ano atípico teve acontecimentos que merecem destaque. O aborto legal esteve em pauta no impasse envolvendo uma menina de 10 anos que veio de Belo Horizonte realizar o procedimento em Pernambuco apesar do constrangimento e  doprotesto promovido por alguns parlamentares da bancada evangélica e religiosos na porta do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) - o protesto teve reação da sociedade civil.

Os acontecimentos meteorológicos foram destaque no território pernambucano. Entre julho e agosto deste ano, o Sertão pernambucano se deparou com uma chuva de meteoritos. Fortes chuvas provocaram o rompimento da barragem do município de Sairé, assim como o estado de emergência, provocado pela seca, em vários municípios do Estado.

O vandalismo depredou a estátua de Ariano Suassuna, na Rua da Aurora; já o acervo do Parque das Esculturas de Francisco Brennand, no Marco Zero, teve obras roubadas. A greve dos motoristas de ônibus do Recife e Região Metropolitana em razão da dupla função e de outros pleitos da categoria também merece registro.

Nos Esportes, 2020 também será lembrado pela pandemia da Covid-19. O surto do novo coronavírus foi responsável pelo adiamento dos Jogos Olímpicos, que seriam realizados em Tóquio, no mês de julho, e que ficaram para 2021. Os amantes do futebol precisaram se acostumar a ver jogos sem torcida pela televisão. Foi nesse cenário que, pela primeira vez na história, um clube do Interior sagrou-se campeão pernambucano.

O ano também registrou o recorde de vitórias e títulos de um piloto na Fórmula 1. Lewis Hamilton, além dos recordes, participou ativamente da luta antirracista que ganhou força no mundo em 2020.

O luto no esporte foi uma das marcas neste ano, quando diversas lendas se foram. O argentino Diego Maradona deixou uma nação inteira de luto e recebeu homenagens de famos e anônimos de todo o planeta. Também faleceu o norte-americano Kobe Bryant, ex-jogador de basquete, aos 41 anos, em um acidente de helicóptero, na cidade de Calabasas, na Califórnia/EUA. Ídolo do Los Angeles Lakers, ele estava acompanhado da filha Gianna, de 13 anos. O acidente chocou o mundo esportivo.

Em 2020, esteve no Radar da Folha de Pernambuco os fatos mais relevantes que aconteceram no mundo. Mesmo antes de 2020, noticiamos o primeiro caso de infecção pelo vírus Sars-Cov-2, diagnosticado em 1º de dezembro de 2019 em Wuhan, na China, até o desenrolar da pandemia que assolaria todo o planeta ao longo deste ano.

No Brasil, o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus só foi registrado no dia 26 de fevereiro pelo Ministério da Saúde. Desde então, vimos as ruas esvaziarem, indústria e comércio fecharem, famílias se isolarem e milhares de pessoas morrerem. Enquanto o vírus se alastrava, as tensões causadas pelo racismo e pela violência policial foram acentuadas com o assassinato de George Floyd, homem negro vítima da violência policial em Minneapolis, nos Estados Unidos.

Poucos meses depois, o democrata Joe Biden superava o atual presidente Donald Trump em eleições marcadas por uma longa apuração.

Também em novembro, o estado do Amapá viveu momentos de tensão com o apagão que atingiu; 90% da população do Estado.

Entre outros fatos que merecem destaque no mundo e no Brasil, a explosão que devastou a cidade de Beirute, capital do Líbano e o brutal assassinato de João Alberto Freitas, homem negro de 40 anos espancado até a morte em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS).

Por fim, no caderno Sabores, a retrospectiva remete a um ano em que o mercado gastronômico esteve em xeque. O setor foi um dos mais impactados pela pandemia do novo coronavírus. Os bares e restaurantes, que já vinham experimentando mudanças graduais de serviço e cardápio, precisaram se adaptar às pressas para não sofrer com um prejuízo pior no balanço de 2020. Ainda assim, muitos ficaram pelo caminho, enquanto outros resistiram à crise.

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